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A Lenda dos Teasels - 2.

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 18 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

O príncipe se despediu e pediu algo à Meriak, se afastando do pelourinho e indo na direção de Bridget.

Após conversar um pouco com ela, ele se despediu de forma elegante, lhe dando um beijo nas costas da mão e se afastou indo na direção da fazendo de algodão.", onde provavelmente Bridget havia dito ao príncipe que ele poderia encontrar seu pai.

E embora Bridget não quisesse nada de mal, a ideia do príncipe encontrando seu pai não agradava a pura em nada, especialmente porque ela ainda não confiava nele.

Ela montou em um dos filhotes de esquilo voador e bateu na lateral do corpinho dele puxando sua orelha e apontando o príncipe, o esquilo sobrevoou o mesmo e ela pulou diante dele, interceptando-o.

- Opa! - ele deu um passo para trás, evitando se chocar contra ela. - Não sabia que nessa terra puros dão em árvore.

- O que quer comigo? - ela foi direto ao assunto, cruzando os braços.

- Bom, se já pulou as introduções e foi tão direto ao assunto... Devo considerar que é porque estava assistindo a reunião de algum lugar, portanto sabe o porque estou aqui, ou isso é seu elemento falando por você mesmo?

- Sim, eu assisti a reunião, só não costumo fazer isso junto dos demais. Como pode ter notado, eles não são muito chegados em mim.

- Então viu que eu já os repreendi por isso.

- Vi. E o que quer por isso, um troféu?

- Um obrigado?

- Não é problema seu, então não precisava se meter.

- Eu sei. Mas não achei muito justo da mesma forma. Se fosse assim, bastaria você ter nascido antes e quem seria mal agouro seria eu. Eu não ia gostar.

- ... - ela ficou calada um momento. Depois, suspirou, em sinal de rendição. - Tá bem. Obrigada. Mas não precisava ter feito aquilo.

- Eu sei. - ele se ajeitou por um instante, arrumando os cabelos para trás das orelhas pontudas. - Eu vim porque meu pai realmente acredita que ter você na minha unidade pode ser a diferença entre a vida e a morte lá fora. Eu sei que não é um pedido justo, com nenhum de vocês, mas os ataques estão mesmo acontecendo e toda a ajuda é bem-vinda.

- Eu lamento, eu não posso ir. Eu tenho que ajudar meu pai com a fazenda. Somos apenas nós dois e não posso deixar ele sozinho.

O príncipe apenas acenou com a cabeça.

- Hey, príncipe...?

- Hm?

- Você não é realmente um puro da terra, não é?

- Do que está falando?

- Não sei. Algo em você, não saberia dizer, passa uma sensação diferente. - ela deu de ombros. - Enfim, desculpe não poder te ajudar, eu espero mesmo que dê tudo certo para vocês e que todos voltem logo.

- Obrigado.

Quando a noite chegou, o príncipe partiu com todos aqueles que ele conseguiu reunir, na próxima encruzilhada, se separariam para que o príncipe e a caravana principal pudesse seguir para o próximo vilarejo para recrutar mais ajuda e os novos recrutas fossem ao castelo, começar seu treinamento.

---

Já era época de colheita quando as notícias chegaram. A fronteira ao norte estava quase caindo, Bardük, o irmão mais velho de Bridget, tinha sido trazido de volta para casa, com mais ferimentos do que sua mãe aguentava contar.

Não é um campo de batalha. - ele contava. - É um banho de sangue. Mesmo com o príncipe, nós não temos chance! Eu ainda tive sorte de ser ferido e não morto, mas as bruxas estão mais impiedosas do que nunca! Seus ataques estão coordenados com os dos goblins e dos trolls! Não há chance de nossa unidade receber ajuda, estão por si só!! Eles vão todos morrer lá!

Não demorou muito para que a comoção aparecesse diante da casa de Briär e do pai, eles estavam indo ao campo de algodão uma manhã quando todos os demais aldeões cujos filhos haviam partido com Barduk estavam parados ali na frente.

- Por favor, por favor, Briär, salve nossos filhos.

- Não.

- Você é a única esperança deles.

- Não.

- Por que? Por que têm de ser tão mesquinha?!?

Uma das mães tinha lágrimas nos olhos. Ela tentou arremessar um jato de água contra Briär, mas a teasel apenas moveu a mão em círculos diante dela e do pai e um anel de chamas evaporou a água.

- Eu sou mesquinha? Quando minha mãe adoeceu e eu fui ainda criança bater de porta em porta debaixo da chuva com lágrimas nos olhos implorar por ajuda, vocês me ofereceram qualquer coisa além de seu olhar de escárnio? Não. Vocês me olharam como se eu fosse um cupim podre e assistiram a minha mãe morrer. - ela cruzou os braços. - Então agora, eu lhes pergunto, quem é que vai pegar aquelas enxadas e trabalhar na fazenda de algodão com meu pai se eu sair para salvar os filhos de vocês? Porque a minha mãe, que poderia fazer isso, vocês mataram.

Briär não era uma teasel de meias palavras, ah, não. Na verdade, ela manteve o dedo em riste, apontado para as enxadas por uns bons quinze segundos, até se cansar de esperar.

- Ah, tah, foi o que eu pensei, então eu vou voltar pros meu afazeres e...

- Eu vou! - a voz veio lá do meio e depois de um pequeno empurra-empurra, Bridget saiu diante do grupo, sorrindo para Briär. - Eu vou trabalhar com seu pai, para que você possa ir salvar os outros.

- Eu também. - um outro garoto saiu mais ao lado, Briär não se lembrava do nome dele, mas reconheceu que ele era o irmão mais novo de Drehn um dos rapazes que havia partido com Barduk.

- Eu vou. - disse uma das mães, caminhando até as enxadas e começando a distribuí-las.

Por um segundo, a pura ficou observando aquilo chocada, mas ela sorriu e entregou para o pai os instrumentos que tinha nas mãos.

- Ótimo. Então eu vou trazer os filhos de vocês de volta.

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