Cecillia: 38
- Giovanna Saggiomo
- 13 de ago. de 2016
- 4 min de leitura
Cecillia ficou responsável por ensinar Malfoy à produzir um patrono. Luna ajudaria Neville. E Harry, Hermione e Rony ficariam responsáveis pelos demais membros da Armada de Dumbledore que haviam entrado para a ordem...
Parecia até mesmo que Neville estava tendo visíveis avanços, mas, para Draco, as coisas andavam difíceis...
“Maldito feitiço estúpido e idiota!” – amaldiçoou Draco, furioso ao observar frustradamente o gato sphynx de Cecillia a deitar na grama ao seu lado. – “Esse gato precisa mesmo ficar aqui?”.
“É para te inspirar...”.
“Está é me deixando furioso!”.
Cecillia suspirou...
É, seria mais difícil do que ela imaginara, afinal, que tipo de boa lembrança poderia ele ter agora? O pai estava morto e a mãe sequestrada pela tia insana que parecia bastante disposta a matá-la.
“Certo...” – e num suave balanço de varinha o gato saiu saltando até sumir da floresta da mansão dos Malfoy. – “Melhor?”.
“Não!” – ele estava frustrado e aquilo era evidente, e mais que lógico, claro, mas eles precisavam do patrono dele.
“Draco...” – ela caminhou até ele, segurando a varinha por sobre a mão do mesmo, ficando parada contra as costas dele. – “Um movimento suave e firme, para que o animal possa tomar forma, e então, a lembrança mais feliz que tiver...”.
Ele tentou mais uma vez, dessa vez com a mão dela a guiar a sua, segurando a varinha por sobre a dele. Porém, tudo que conseguiu foi produzir uma leve fumaça esbranquiçada.
“Em que você pensa...?” – ela corou com a pergunta do loiro, mas ele ainda a encarava inquisitivamente. – “Hein?”.
“No início, quando eu aprendi a fazer meu primeiro patrono, eu sempre pensava em Hogwarts... Quando chegava em casa, minha mãe sempre estava ocupada, meu pai triste por ela não estar lá, e... Mesmo com meu cão lá... A casa sempre era meio... Triste...”.
“Cão...?” – por algum motivo ele pareceu interessado no assunto. – “Você tinha um cão?”.
“Tinha sim. Um dogue alemão muito leal, viu, Malfoy?” – ela respondeu com ironia uma vez que ele parecia estar menosprezando seu cachorro.
“Opa, opa. Calma dona brava.” – ele ergueu as mãos em sinal de que se rendia ao evidente cinismo em sua voz. – “Se focava no seu espaço de calma então, huh...?”.
“Era um lugar onde minha mente e meu corpo estavam sempre ocupados, sem problemas exceto vencer a grifinória. E fazíamos isso muito bem...”.
“É, está aí um prazer que Potter não me deu...” – a voz dele então baixou até começar a desaparecer, ele parecia começar a ter uma idéia... – “Expecto Patronum!”.
E então, um gavião saiu de sua varinha, vondo para o meio da floresta.
Antes sequer que Cecillia tivesse chance de observar melhor o animal, seu gato atravessou correndo diante deles, sendo seguido de perto o gavião.
“Draco! Você conseguiu!” – ela pulou animadamente, os braços envolvendo a nuca do mesmo enquanto ela sorria, porém, o gavião continuava à caçar seu sphynx. – “Hey, controle seu patro...!”.
Porém, antes que ela pudesse terminar a bronca ele já a havia encurralado contra uma árvore, beijando-a de forma intensa.
Naquele instante o gavião parou de perseguir o gato, e mesmo o gato de fugir, parando num galho ao lado de seus donos, separadamente observando os bruxos que os haviam materializado.
“Oh, wow...” – foram as palavras que escaparam por entre os lábios dela quando ele afastou-se, rindo de forma orgulhosa. – “Era por isso que eu gavião estava perseguindo ele então...”.
“Realmente é um feitiço fascinante...” – ele comenta, com um ar orgulhoso e metido. – “Fico feliz em ser um animal caçador e não algo parecido com o veado de Potter...”.
“Draco!”.
O bruxo loiro riu outra vez.
“Em que pensou?” – a morena perguntou curiosa.
“Quando voltava para casa, sempre contava para os meus pais sobre o que queria fazer na escola. Uma vez, contei que o Potter havia se tornado um apanhador e meu pai me comprou uma vassoura e me ensinou a voar. Ele disse que se eu quisesse ser um apanhador, eu tinha de confiar no vento, como um gavião.”
A morena mordeu os lábios, suavemente.
“Eu nunca ganhei do Potter no quadribol. Mas sempre me deu motivos para passar tardes treinando com meu pai, assim como ele me levou para assistir os jogos do Victor Krum. Acho que no fundo, eu sabia que nunca voaria tão bem quanto o Potter e não me importava. Eu só queria continuar voando para poder passar mais tempo com ele.”.
“Seu pai devia ser um homem incrível, Draco.”.
“Ele era um covarde.” – Draco baixou o rosto, o gavião desaparecendo na grama. – “E ele me ensinou à ser um. Ele se uniu ao lorde ao invés de ir contra ele, ele me ensinou à comprar amigos ao invés de conquista-los. Por conta disso eu tive de abrir Hogwarts para Voldemort... Eu me senti tão mal, Ceci...”
“Ele fez o que fez pensando em proteger a família dele. Foi a escolha errada? Foi. Mas foi por um bom motivo.” – ela levou a mão ao rosto dele, forçando-o a olhá-la nos olhos. – “Draco, olhe para mim. Não destrua seu pai, não destrua as memórias dele. Ele errou, mas, quem nunca?”.
Eles se encararam em silêncio e então o loiro fechou os olhos, tocando a testa contra a de Cecillia por um instante, era algo estranhamente meigo para ele, mas a morena sorriu em silêncio, deixando-o ficar ali o quanto quisesse.
“Obrigada por me ensinar o patrono.”
“Não foi nada. Mas fala pra eu gavião não ficar caçando o meu gato.”
“Hahahaha! Pode deixar.”.