The Missing: 2.No Passado
- Gi Saggiomo
- 30 de mai. de 2017
- 3 min de leitura
A polícia acreditou por muito tempo que quem quer que fosse que houvesse invadido seu apartamento provavelmente já havia a encontrado e matado, pela ousadia de os ameaçarem, foi mais ou menos nessa época, que os corpos começaram a aparecer.
Primeiro um pequeno informante numa cidade costeira à 250km dali. O caso não parecia estar conectado à invasão até uma carta com um remetente desconhecido de uma capital do outro lado do país chegar para o capitão da polícia da capital.
Ela vinha assinada pela garota e dizia que os robôs não eram eficientes, que se houvesse ao menos um delegado em cada distrito, ele talvez houvesse notado que havia um corpo estranho dentro do homem encontrado no mar.
O capitão ordenou uma autópsia, embora desgostoso, por precaução. Encontraram um dos bonecos colecionáveis da garota protegido por um saco plástico, junto uma carta explicava à qual coleção ele pertencia e pedia que o colecionável fosse enviado de volta ao distrito responsável pelo caso. Que eles logo receberiam mais.
E assim foi.
Mais um corpo com um colecionável dentro apareceu numa cidade do interior à certa de 150km da cidade. E depois mais um, na beira da estrada à cerca de 50km da capital.
Quando o terceiro caso foi à público, a pressão popular ficou insuportável e o capitão da polícia decidiu ceder à sugestão nada modesta da garota.
Os delegados robóticos de cada distrito foram substituídos por humanos outra vez. O número de crimes reportados aumentou outra vez, mas a pressão popular parecia ser capaz de manter aqueles homens empregados.
Por algum tempo, mesmo o distrito onde a garota morava, por tanto tempo assombrado pela invasão, parecia estar conquistando a própria paz, ao menos, até os próximos corpos aparecerem.
Nos limites da cidade, cinco corpos. Eles estavam dentro de uma casa, com os abdomens abertos e cheios dos colecionáveis da garota. A casa estava trancada por fora e a polícia só chegou até lá pois o delegado havia recebido uma carta anônima da capital com a chave da casa e o endereço.
Quando o delegado do distrito voltou, ele pediu transferência. A cena que ele encontrou ali, segundo ele, era sanguinolenta demais para que ele acreditasse que a garota de cabelos coloridos e sorriso alegre fosse a responsável.
O delegado que assumiu seu lugar parecia ser mais durão. Começou pedindo a investigação de todos os endereços de onde haviam vindo todas as cartas, todos eram endereços reais de capitais de outros estados, mas nenhum era um endereço residencial, todos eram endereços comerciais, lojas, restaurantes, nenhum endereço onde uma pessoa poderia estar dormindo...
Passaram alguns dias até que ele recebeu um email.
"Já que você não gostou das minhas cartas para o antigo delegado, vou ser mais moderna.
Por sinal, já que gosta de investigar endereços, investigue o lava-rápido da 53 com a 5. Deixei algo lá para lavar para você.
Ah e para te poupar tempo de rastrear o ip desse email, é de uma padaria no exterior."
Ela havia dito a verdade sobre o IP, que evidentemente o delegado havia mandado rastrear. E quando foram até o endereço, encontraram mais cinco corpos, alguns deles estavam tão despedaçados contra as escovas do lava-rápido, que as escovas pingavam sangue contra as paredes, como se fossem pincéis cobertos de tinta vermelha.
No andar superior, mais um corpo, a mesa tinha entre quinze ou vinte colecionáveis posicionados ali.
O delegado não desistiu de primeira, mas lá pelo terceiro email, ele abriu mão. As barras de suas calças estavam encharcadas de sangue quando ele voltou para a delegacia, carregando uma caixa dos bonecos.
- Mas Delegado Salgado, o senhor disse que estava pronto para essa responsabilidade...! - a voz vinha do holograma diante dele, o capitão da polícia tinha uma postura rígida.
- ISSO É BRINCADEIRA?!? - o delegado estava claramente alterado. Seu rosto geralmente pálido estava rosado de raiva, seu bigode branco encharcado do suor que escorria de sua testa. - EU NÃO VOU FICAR ENTRANDO NAQUELES... NAQUELES MATADOUROS POR ESSES BONEQUINHOS!!!
- Delegado, nós não entramos lá por bonequinhos. Entramos lá porque são cenas de assassinatos.
- Pela morte de alguns traficantes pé-rapado que ninguém vai sentir falta? Então POR QUE MERDAS EU PRECISO GUARDAR ESSES BONECOS MALDITOS?
- Eles foram encontrados numa cena de assassinato, geralmente interagindo com o corpo. Acho que é evidente que são provas importantes.
- ENTÃO SE ELES FICAM EU ESTOU FORA!
Pouco tempo depois o delegado saiu da sala carregando todas as suas tralhas. Jogou para dentro da delegacia o seu distintivo e no estacionamento, arrancou as calças, atirando-as contra as portas de vidro.
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