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Cecillia: 20

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 21 de jun. de 2016
  • 6 min de leitura

O silêncio tomou conta da sala quando ela apareceu próximo do fim da escada.

Ali estavam Harry, Rony, Hermione, Molly, Arthur, uma jovem ruiva que ela imaginou ser Ginny e os gêmeos Weasley. Quem era quem? Ela não fazia idéia.

“Uau...” – o comentário veio de um dos gêmeos, enquanto ela corava e terminava de descer as escadas. – “Poxa, mãe! Você disse que tínhamos uma visitante... Eu achei que fosse alguma tia velha!”.

O riso tomou conta do hall, subitamente o clima havia se tornado muito mais agradável e leve.

Cecillia arrumou a bata azul que achara no armário de Hermione e bateu um pouco as mãos no jeans, nervosamente. Nunca havia sido encarada daquela forma...

Os gêmeos lançaram-se ao pé da escada, como se tentassem propositalmente deixar a sonserina ainda mais corada.

“Eu sou Fred.” – um deles apresentou-se, depois apontando o outro. – “E esse é Jorge.” – eles tinham corrido até a escada tão rapidamente que Cecillia não sabia mais qual deles havia soltado o “uau”.

“Ahn... Cecillia... Prazer...” – ela sorriu sem jeito, arrumando o cabelo solto atrás de sua orelha.

“Fred, vamos ver se ela prestou atenção...” – e logo os gêmeos começaram a correr em círculos até pararem mais uma vez na frente dela. – “E então? Quem sou eu e quem é ele?”.

“Ah, basta vocês dois!” – Ginny colocou-se entre eles, puxando-os pelas orelhas para sair do caminho de Ceci. – “Eu sou Ginny. Prazer!”.

Cecillia pôde ver claramente que Ginny era uma mulher de temperamento forte e explosivo. Era também possessiva, e estava deixando claro que ali era seu território. E não só isso, que Harry Potter era dela.

Como poderia escapar daquilo sem deixar o clima pesado?

“Muito prazer!” – Ceci respondeu com o maior de seus sorrisos, enquanto seu cérebro parecia buscar uma resposta fácil. – “Você realmente está bem diferente agora... Mas você e Harry sempre formarão um belo casal.”.

Foi a melhor resposta que Cecillia conseguiu arranjar, porém, pareceu satisfazer a fúria possessiva de Ginny Weasley, que foi puxada de lado por Harry e Hermione enquanto Molly andava até ela.

Arthur notou a situação desconfortável em que sua filha havia colocado todos de forma que ele cutucou os gêmeos com os cotovelos, fingindo uma tosse.

“Fred e Jorge, nós vamos arrumar a mesa no jardim, então... Por que não apresentam a casa para Ceci?”. – ele sorriu para eles forçosamente. – “Afinal, acredito que ela ficará conosco, não é?”.

Cecillia sentiu o olhar furioso de Ginny de longe.

“Ahn... Eu... Ainda não me decidi...” – ela sorriu sem jeito, arrumando o cabelo atrás da orelha de novo, tentando tapar o olhar de Ginny.

“Certo...” – Fred e Jorge pareciam ter notado a outra reação da irmã. – “Vamos lá!”. – eles intercalavam a fala com tal perfeição e timing que algumas vezes Ceci não sabia qual deles estava falando com ela...

“Claro...”

Cecillia concordou rapidamente, buscando sair do hall o mais rápido possível junto dos gêmeos. Eles a guiaram pelo quintal até começarem a dar a volta na casa, demonstrando algumas hortas e pomares.

“Desculpe-nos pela Ginny...” – os dois pareciam bem desconcertados. – “Ela... Ahn...”.

“Ama todos vocês e só tem medo de perdê-los...” – Cecillia respondeu calmamente olhando o céu.

Os gêmeos ficaram atônitos por um momento, parando de andar e observando enquanto ela andava sozinha até uma macieira e puxava uma das frutas, levando à boca e saboreando-a.

“Olha... Eu já tive essa conversa com a Hermione várias vezes. Eu entendo que só estejam tentando proteger quem amam...” – e então, outra mordida na maçã. – “Mas eu estou aqui por vontade própria. Não tem algemas ou dementadores... Eu só...” – ela soltou um suspiro. – “Eu só queria que não me tratassem mais como se eu estivesse sob custódia ou armando alguma coisa... Eu voltei aqui porque quero ajudar!”.

Ela soprou o ar diante de si antes de dar mais uma mordida na maçã...Olhou os gêmeos encarando-a e começou a corar, talvez não devesse ter desabafado com os mesmos.

“Ahn... Desculpe Fred... Digo... Jorge... Hm... Ou... Fred...” – ela deu um leve tapinha sobre a testa. – “Poxa, isso é bastante confuso...”.

Fred e Jorge entreolharam-se e começaram a rir, a situação tensa havia se desfeito rapidamente, de forma que agora Cecillia ria junto deles enquanto corava cada vez mais.

“Oras, não riam de mim! Acabei de conhecê-los, como eu poderia diferenciá-los?” – ela ria enquanto defendia-se, terminando de comer a maçã calmamente. Com um balançar de varinhas cavou a terra e enterrou os caroços. – “O que foi? Dizem que antes de morrer devemos escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho, já é bom começar a lista, certo?”.

“E já tem um plano de como fará os outros itens?” – um deles ria, parecendo divertir-se com a desculpa dela.

“Não... Na verdade não...” – Ela coçou o queixo com uma expressão intelectual. – “Acredito que algum tipo de força maior irá unir-me à minha alma gêmea e que teremos filhinhos lindos. E depois, escreverei um livro sobre como forças cósmicas atraem as pessoas!”.

A explicação fez com que os três voltassem a rir, de forma que quando Arthur Weasley apareceu por entre as árvores, Cecillia ficou corada imaginando se ele havia ouvido a conversa deles.

“Oras, que bom que já está se dando bem com a família, Ceci.” – Arthur, assim como Molly, parecia ser um das pessoas mais doces que Cecillia já havia conhecido. – “Acredito que será melhor para você se... Bem... Resolver hospedar-se aqui em casa ao invés do Largo Grimmauld... Ahn...” – Arthur parecia ainda mais desconfortável com aquela situação do que os gêmeos. – “Desculpe Ginny, ela... Ahn... Não faz por mal...”.

“Não tem problema, Sr. Weasley...” – ela sorriu de forma doce, aparentemente a conversa com os gêmeos havia deixado-a bastante melhor. – “Seria um prazer ficar aqui... E sinceramente, eu me sentiria muito desconfortável apenas com o Harry lá...” – ela coçou o queixo mais uma vez. – “Além do mais eu... Adoraria ficar com uma família tão grande e unida.”.

O sorriso nos lábios dela foi tão doce e verdadeiro que derreteu o coração do homem, fazendo com que ele sorrisse em resposta com a mesma doçura.

“Deixa a gente ficar com ela, pai?” – os gêmeos agora voltavam a causar a maior algazarra, rindo enquanto observavam o Sr. Weasley censurar-lhes com os olhos.

“Hey! Eu não sou bichinho de estimação!”.

“Ah, é sim!” – os gêmeos concluíram com um sorriso. – “É a mais nova em casa, e...” – então, os gêmeos se entreolharam. – “Quantos anos você tem?”.

“Hey, não é elegante perguntar a idade de uma mulher!” – Ela ria, parecendo divertir-se com a confusão dos gêmeos.

“Ora, vamos... Deixem Cecillia em paz...” – o Sr. Weasley então apoiou a mão sobre o ombro dela. – “Vamos almoçar, Ceci?”.

“Claro!”.

E então ambos seguiram na direção da mesa montada mais para frente na doca, perto da próxima da cozinha. Ali, Molly Weasley havia servido uma verdadeira ceia, e com a ajuda de Ginny, Hermione, Rony e Harry, terminava de arrumar os pratos e talheres.

Cecillia olhou maravilhada para tudo aquilo, logo olhando na direção do homem ao seu lado.

“Nossa... É alguma situação especial?” – ela parecia maravilhada pela mesa comprida e cheia de cadeiras por toda a sua extensão.

“Ah... Não, nada de espetacular...” – ele sorriu de forma doce.

Ela sorriu de volta e observou enquanto cada vez mais ruivos apareciam de todos os lados.

Quando se sentaram à mesa, Cecillia estava entre Hermione e um dos gêmeos. Todos deram as mãos enquanto Molly Weasley dava graças, agradecendo pela saúde de sua família, por ainda estarem todos ali e pelos alimentos servidos, e então, todos começaram a se servir.

O movimento de ataque à refeição começou pelos gêmeos e foi imitado pelos demais, com exceção de Ceci, que ainda parecia um pouco perdida em tantas opções. Havia panquecas, alguns risotos, macarronadas das mais diversas cores, saladas... Eram muitas opções.

Cecillia serviu-se de um pouco de tudo. A cada garfada a comida parecia mais deliciosa, de forma que ela comera o suficiente para fartar-se por dias.

Molly Weasley encerrou a refeição com um sorriso. Dando um beijo à cada um de seus filhos para que voltassem ao trabalho. Quando ela aproximou-se de Ceci, a jovem deu-lhe o mais satisfeito sorriso que ela já havia visto.

“Nossa... Molly essa foi a refeição mais deliciosa de toda a minha vida!” – ela sorria de tal forma que chegou a deixar Molly levemente corada.

“Ora, minha querida, você devia apenas estar com muita fome...”.

“Não! Tenho certeza! É a refeição mais deliciosa da minha vida, com certeza!”.

Os gêmeos que haviam se levantado a pouco tempo ouviram a conversa e observaram enquanto a mãe corava. Cutucaram-se e riram. A garota parecia ter se tornado rapidamente o centro das atenções da casa. O que os preocupava era a reação de Ginny quando notasse isso...

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