Cecillia: 34
- Giovanna Saggiomo
- 22 de jul. de 2016
- 4 min de leitura
"Eu sei que eles são patéticos, mas, foi tão ruim assim?" - um Draco Malfoy de expressão mal-humorada estava ali. Ao ver que ela estava chorando de novo, ele tratou de secar as lágrimas dela com as luvas mais uma vez. - "Já descobrimos que sua maquiagem não sai com lágrimas, será que poderia parar de chorar agora?"
A voz dele era tão grosseira e indiferente que Cecillia quis detestá-lo. Quis, mas não pôde. Quando seu por si, já estava sendo apoiada pelos bracos dele, que ajeitavam melhor seu vestido.
"Pronto. Agora está menos feia de novo...".
"Malfoy..." - ela resmungou, sem sequer saber de onde surgira forças para aquilo, mas, aparentemente, discutir banalidades com ela a fizera esquecer por alguns segundos todo o pânico de alguns momentos atrás.
"Sabe que é a mulher mais linda dessa festa, não sabe? Eu jamais escolheria nada menos do que a melhor.".
E boom, lá se fora toda a sua resistência. Maldito Malfoy. Primeiro acabara com seu alerta discutindo idiotices com ela, e então, mirara certeiramente em seu coração...
Acertando-o, é claro.
Ela odiava Malfoy. Seu sorriso grosseiro e metido. A forma como se achava sempre a melhor coisa que já acontecera ao mundo bruxo....
Odiava a forma como ele a fazia se sentir em casa. Do jeito como ele a fazia sentir especial, não com palavras, mas com ações... Odiava a forma como ele a deixava sem ar sempre que lhe irritava, e a forma como era cheiroso. A forma como suas mãos grandes sempre a apoiavam, e a forma como tudo em seu jeito orgulhoso parecia ser exatamente tudo o que ela precisava.
Detestava o jeito como ele era a parte sonserina que lhe faltava desde que a culpa a havia engolido quando a mãe destruíra o futuro.
Detestava-o.
"Vamos dançar um pouco, afinal, se ficarmos escondidos aqui, Potter e sua gangue de farofeiros vão achar que eu estou abusando de você.".
Ele sorriu, e ela sorriu em seguida, ele logo pegando-a pela mão e a fez acompanhá-lo até o centro dos convidados que dançavam.
A mão dele que antes guiava a dela, colocou-se na linha de seus ombros, enquanto a outra envolvia sua cintura. Cecillia sequer sabia como, mas, quando deu por si, sua mão já estava sobre o ombro dele.
"Vamos ver se é mesmo uma sonserina.".
Ela riu com o desafio, e quase como se seus corpos estivessem acostumados a vida toda a dançarem um com o outro, no próximo oitavo, começaram.
Pés moviam-se em perfeita sincronia, olhos nos olhos, sorrisos de desafio nos lábios... Ao mesmo tempo que dançavam juntos, desafiavam-se.
Ela a puxou para mais junto, girou-a pela cintura e levantou-a no ar. As asas enfeitiçadas da saia de seu vestido ao vento fazendo-a parecer uma fada, anjo ou sei lá...
Não havia falhas, erros ou deslizes. Não havia hesitação e muito menos perda de ritmo.
O corpo alto dele guiava o corpo pequeno e esguio da mesma, como se houvesse nascido para tal. Seus cabelos loiros curtos chamando atenção nos meio dos demais, quase tanto quanto as asas do vestido dela.
Ao fim da música, ele permitiu que o corpo dela se deitasse por cima de seu braço, aproximando o rosto do dela, porém, antes que tivesse a oportunidade de beijá-la, os convidados explodiram numa onda de aplausos.
Todos aqueles sonserinos sangue-puros de respeito aplaudiam o jovem casal, quase como se a dança deles fosse mesmo algum tipo de atração coreografada para agradá-los.
Draco a colocou de pé e agradeceu a todos os aplausos com um sorriso extremamente carismático, em seguida, puxando Cecillia junto dele para uma das pontas do jardim de dança.
"Acho que eles gostaram... Você realmente dança como uma sonserina.".
"Obrigada, você também dança muito bem..." - ela corava, o coração acelerando ao que as palavras de Hermione voltavam a sua mente.
"Venha, vamos continuar dançando mais aqui ao canto... Mamãe me mata se souber que todos pararam de dançar para nos assistirem...".
"Não, Draco, eu não posso..." - ela começou, mas foi imterrompida.
"Ficou tonta após os rodopios...?".
"Não!".
"Seus pés doem?".
"Não!".
"Então o que foi? Por acaso foram aquelas baboseiras que Granger disse?" - ele parecia perder a paciência.
"Nã..! Hey! Quanto ouviu?".
"Tudo. A casa é minha, eu posso caminhar por onde bem quiser!" - ele respindeu de forma desgostosa. - "Pare de ser idiota. O que Granger disse não tem pé nem cabeça!".
"Mas...!".
"Além do mais, se você continuar comigo nada de mal te aconteceria, não é?".
Ela se calou por um segundo. Por que ele já partira para a conclusão evidente de que ele era seu primeiro amor? E, quem é que havia dito que ela estava apaixonada por ele?
"Quem é que...".
"Não me faça de idiota. Não conseguiu sequer enganar a Granger. Até parece que conseguiria me enganar.".
Ele falava mais uma vez daquela forma arrogante aquele sorriso garanhão no rosto.
"Vai querer continuar negando...? Por acaso quer que eu te beije de novo?".
Mas afinal o que ele estava falando? Que ficaria com ela para sempre...?
Ela soltou um suspiro e olhou para o céu...
"Seu idi..." - ela começou, ao menos, até ver algo muito estranho no céu. - "Mas o que é...?" - e então, quando identificou, sentiu um desconforto no estômago, já havia visto aquela imagem antes. - "Marca Negra!".
Draco olhou então para cima, mas, antes que tivesse a oportunidade de falar qualquer coisa, um barulho de explosão se fez sobre eles, e no meio do salão de danças haviam duas mulheres.
A primeira, de cabelos bagunçados longos, expressão insava e varinha retorcida ele reconheceu de imediato... Era sua tia, Bellatrix.
A segunda, de cabelos negros curtos bagunçados pelo vento, e ainda assim, num bom corte. Tinha um porte bastante intelectual, mas seus olhos por trás dos óculos eram ainda mais insanos que os de Bellatrix.
"Mãe..." - a palavra saiu da boca de Cecillia num sussurro, enquanto ela ficava pálida como a própria morte...