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Cecillia: 33

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 20 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

"Ceci!" - Hermione apareceu por trás dela após concordarem com suas tarefas, e dessa vez, desacompanhada. - "Tem algo que eu preciso te dizer sobre a sua família, e a sua mãe...".

"O-o quê?" - a bruxa mais nova parou de andar de imediato, virando-se para a grifinória com olhos atentos e até mesmo um pouco arregalados.

"Aqui não é um bom lugar... Existe algum lugar onde possamos conversar a sós?".

A bruxa mais nova vez que sim com a cabeça, e sendo seguida pela outra, caminhou até o início da floresta.

"Hermio..." - porém, antes que ela pudesse sequer terminar o nome da outra, ela já havia explodido numa avalanche de palavras.

"Você não pode, Ceci! Não pode!".

"Não posso o quê?".

"Não pode... Você e o Malfoy... Vocês... Argh!" - ela parecia incapaz de continuar com aquela linha de explicação. - "Sabe por que sua mãe era obcecada com o Prof. Snape?".

"Ahn?" - agora era a mais nova quem não entendia nada.

"Sua família foi amaldiçoada por Morgana!".

"Quê? Hermione, isso não faz sentido...".

"Me escute!" - e então, a outra se calou. - "Morgana, uma bruxa muito poderosa, estava apaixonada por um bruxo igualmente poderoso. Uma ancestral sua era ajudante de Morgana, e ficou sabendo desse romance de sua superior. Ela então enfeitiçou o homem por quem Morgana havia se apaixonado, fazendo-o apaixonar-se por ela, ao invés de Morgana. Morgana, quando descobriu, amaldiçoou sua família. Uma Greenieart apenas pode dar a luz à outra garota. Uma jovem que deve seguir com o sobrenome...".

"E daí que só nascem mulheres em nossa família?".

"Isso não é tudo... Uma Greenieart é eternamente apaixonada por sua primeira paixão, mesmo que seja apenas um romancezinho de andar de mãos dadas de crianças. Se ela não ficar com o amado, ela acaba enlouquecendo!".

Ceci parou por alguns segundos, calculando algumas coisas... Bem, então sua mãe não era um monstro... Não tinha escolha... Estava enfeitiçada... Que de mal há nisso...?

"E o que Draco tem a ver com isso?".

"Não é evidente?" - o tom de voz da mais velha a desagradou, mas, ela esperou que continuasse. - "Você não pode se apaixonar por ele, Ceci!".

Ela não podia se apaixonar por Draco...? Ou acabaria insana também? Acabaria estragando todo o passado também? Comprometendo a vida de todas essas pessoas como sua mãe...? Ela não podia deixar que isso acontecesse.

"Há! E quem é que lhe disse que eu estou apaixonada por ele?" - a sonserina fingia muito bem... Quase perfeitamente bem, não fosse o fato de Hermione também conhecer o amor. - "Não diga bobagens, Hermione. Eu estou aqui hoje apenas exercendo meu trabalho como membro da ordem.".

"É, claro... Tem razão, que tolice a minha..." - Hermione podia imaginar o quanto aquilo afetara a mais nova, e por isso, preferiu deixá-la a sós. - "Me desculpe te atrapalhar em seu posto... Eu voltarei para o meu.".

E sem mais, saiu. Voltando para junto de Ronald.

Quando ela chegou lá, o ruivo acariciou sua mão e lhe deu um beijinho no rosto... Algo que deixou a sonserina um pouco desconfortável...

A música começou a tocar, um clima suave, comida boa, pessoas elegantes... Todos eles sonserinos e sonserinas, sangue-puros, ela sabia. Podia ver pela forma como andavam, como sorriam ou mesmo cumprimentavam-se...

Alguns casais arriscavam dançar com a melodia suave, sorrindo uns aos outros, tocando-se... Dividindo uma vida à dois...

E se Snape não houvesse se apaixonado por Lilian Potter, mas sim por Lillian Greenieart? Ele seria seu pai? Seriam uma família feliz? Será que sequer chegariam a se tornar comensais...?

E se sua vó jamais tivesse ficado com seu amado? E se ela houvesse enlouquecido ou morrido...? Sua mãe jamais teria estragado o futuro. Potter, Weasley, Granger, Malfoy... Todos eles voltariam, a ser apenas personagens de histórias para seus colegas de classe, que jamais a conheceriam, uma vez que ela não existiria...

Estariam todos mais felizes?

O pensamento de Draco com outra mulher nos braços a enjoou, e ela teve de se apoiar numa árvore para não ir ao chão em prantos.

Seu coração berrava tantas coisas que nem mesmo ela conseguia entendê-lo. Os gritos ficavam empapados em sua garganta, e as lágrimas escorriam pelos olhos sem que ela pudesse segurá-las.

Por Merlin... Mas será que a culpa jamais deixaria de ser de sua família?!?

E foi quando ouviu um suspiro desgostoso conhecido vindo de suas costas, o que a fez se virar mais que depressa.

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