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Cecillia: 25

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 4 de jul. de 2016
  • 6 min de leitura

Quando Cecillia, Harry, Rony e Hermione chegaram à mansão Malfoy ainda não estava chovendo.

Na verdade, a pequenina sonserina teve cerca de 15 segundos para observar o quanto aquela mansão a lembrava da própria casa.

As paredes altas de pedra que mais lembravam um forte do que uma mansão, a porta de madeira rústica, alta como poderia ser, apenas para que o ego sonserino pudesse passar pelo arco da mesma sem ter de abaixar a face. As janelas grandes e igualmente rústicas que, se não fossem quase completamente tampadas por cortinas com certeza iluminariam a casa toda.

Os pequenos três degraus de pedra diante da porta principal, o telhado sólido, as pilastras imperiais que sustentavam o segundo andar, o jardim naturalmente verde e ainda mais rústico, e longo. Tão longo quanto se poderia ver. A grade que demarcava a propriedade desaparecendo no horizonte.

Mas quando aqueles 15 segundos acabaram, um trovão forte rufou nos ventos, trazendo a pequenina de volta de seus pensamentos e forçando-a a pegar as coisas e sair correndo para juntar-se com os demais bruxos que já se encontravam à porta da mansão.

A porta rangeu, emperrou um pouco, abriu somente uma fresta e depois, abriu totalmente, revelando o Hall de entrada da casa dos Malfoys, onde um jovem loiro pálido e uma mulher de cabelo bicolorido estavam sentados no sofá.

Próximo à porta havia um casal de elfos-domésticos, uma jovem com olhos amedrontados e um mais velho e ranzinza ambos vestiam uns trapos velhos que mais pareciam sacos de batatas do que roupas.

A jovem Cecillia imaginou que fosse Draco Malfoy. Loiro, pálido, de olhos cinzas sofridos e ao mesmo tempo frios. Tinha feições bonitas e delicadas embora a expressão fosse tipicamente masculina. Vestia um robe todo negro que lhe cobria até mesmo as mãos, mas Cecillia reconheceu por baixo do amontoado do tecido que seus braços estavam cruzados fortemente. Parecia furioso com a presença dos grifinórios em sua casa.

A mulher provavelmente era Narcissa Malfoy. Ou ao menos, parecia ser, uma vez que seus traços eram bem semelhantes dos de Draco. Tinha olhos profundos e cansados e a frieza em sua expressão começava a falhar. Embora desgostosa ao ver Hermione e Rony, ela parecia grata que Harry estivesse ali, mas não dedicou-se à um sorriso, nem nada do gênero. Seus olhos pareceram analizar Cecillia friamente, como se ela fosse algum tipo de cãozinho para adoção num pet shop velho.

A porta foi fechada pelos elfos após todos entrarem, causando um baque oco e seco atrás de Cecillia, o que a fez engolir em seco. Estava na hora de servir a ordem, ela sabia disso, mas não conseguia não temer de alguma forma a ira daquelas duas figuras tão civilizadas diante dela.

"Vejo que trouxeram a jovem..." - Narcissa foi a primeira a falar qualquer coisa, agora se levantando do sofá. - "Apresente-se."

Embora as palavras fossem calmas, Cecillia podia sentir que Narcissa ainda a avaliava, porém, ela estava acostumada.

Tomou a frente dos demais e parou de pé no meio do hall. Sabia bem como agradar bruxos como os Malfoy e assim, dedicou-se a uma breve curvatura em sinal de respeito antes de começar a falar.

"Meu nome é Cecillia. Será um prazer poder trabalhar com tão ilustres bruxos." - ela não encarava Narcissa nos olhos, mas uma reclamação vinda do sofá a fez desviar completamente os olhos.

Draco Malfoy parecia bufar em fúria. Ele não queria uma babá. Não precisava de uma babá. Mas pela saúde da mãe fora forçado a aceitar isso. Embora já tivesse começado a cansar-se de toda aquela ladainha.

"Hm... Cecillia então..." - Narcissa agora começava a dar a volta na jovem, avaliando-a. - "Vejo que ainda é bem jovem... Potter acredita mesmo que você será capaz de nos defender?”.

O trio entreolhou-se por um instante e depois, voltaram a olhar para Cecillia, que em resposta apenas levou a mão pequena ao peito e fez uma profunda reverência.

“Eu darei minha vida para protegê-los, senhora.”

“Bem, não que o lorde vá se importar com a vida de apenas mais uma criança...”.

“Senhora Malfoy, eu honrei a Sonserina como minha casa em Hogwarts e pretendo honrar e defender essa também como se fosse a minha.” – ela levantou-se da reverência e ficou numa posição orgulhosa. – “Não duvide de minhas habilidades por conta de meu tamanho, senhora, eu costumo tirar vantagem disso.”.

Narcissa olhou para Draco e o mesmo a olhou com uma expressão incógnita. Porém, antes que a conversa se estendesse, Harry foi até o lado de Cecillia e tocou-a no ombro.

“Senhora Malfoy, está decidido. Essa será a agente da ordem que ficará aqui na mansão Malfoy, a menos que a senhora e seu filho tenham mudado de ideia e resolvido se esconder em um de nossos abrigos.” – ele observou os bruxos, mãe e filho se retorcerem ao ouvirem a palavra ‘esconder’. – “E onde está Astoria?”.

“Não é da sua conta, Potter.” – o bruxo loiro agora respondia.

“Ela precisa estar aqui para que Hermione possa colocar os feitiços de proteção na casa.” – Rony vinha agora no auxílio do amigo. Ele detestava Malfoy por tudo que ele fizera à Hermione, e diferentemente de Harry ou a própria Hermione, não conseguia trata-lo como se aqueles dias jamais houvessem acontecido.

“Ela partiu, seu idiota! Não quis ficar presa com uma babá qualquer às ordens de vocês!” – o loiro respondeu amargurado, levantando as sobrancelhas, quase que desafiando o ruivo.

“Ou isso ou não quis ficar presa com você!” – Rony respondeu já puxando a varinha.

Draco fizera o mesmo, mas antes que eles pudessem atracar-se feito dois cães de briga as duas meninas colocaram-se entre os dois.

Hermione roubara a varinha da mão de Rony de forma rápida e habilidosa, segurando a dela dentro de seu próprio bolso. Afinal de contas, não era como se realmente pudesse confiar em Draco Malfoy.

“Expelliarmus!” – Cecillia fora mais ríspida. Com uma destreza sem igual puxara a própria varinha e desarmara Draco.

“Você... Que tipo de sonserina é você? Sua traidora!” – o loiro agora a acusava, o ego em chamas por ter sido desarmado tão facilmente. – “Sua...”

“Do tipo eficiente.” – Cecillia rosnou baixinho, observando o loiro fuzila-la com os olhos.

“Já basta, Draco...” – Narcissa se pronunciava agora, acariciando o ombro do filho. – “Guardem todos suas varinhas, por favor... Não somos mais inimigos...”.

Hermione devolveu a varinha para Rony e ele a guardou amarguradamente. Cecillia guardou a dela de forma calma e Malfoy apenas deixou a dele caída atrás de onde estavam até que a pequena elfa correr até ela e a devolver a seu mestre.

Diferentemente do que Hermione imaginara, ele não rosnou em resposta. Apenas aceitou e guardou-a em seu bolso.

“Pois bem... Hermione lançará os feitiços de proteção ao longo do terreno. Ela precisa que um de vocês a acompanhe para demonstrar a extensão do mesmo. Rony e eu iremos junto para garantir a segurança de vocês.” - Harry agora observava os Malfoys, eles entreolharam-se e logo Narcissa levantou-se.

“Eu vou.” – e agora ela virava-se ao filho. – “Leve Cecillia para um dos quartos de hóspede sim? Algum que fique entre meu quarto e o seu. É importante que ela fique por perto.”.

Draco rodou os olhos desgostosamente, mas, não negou a ordem da mãe, levantando-se do sofá e olhando a bruxa que o havia desarmado.

“Vamos.”.

Harry, Rony, Hermione e a Sra. Malfoy saíram pela porta de entrada enquanto Draco guiava Cecillia escada acima.

De início, ele estava em silêncio, porém, quando chegaram a uma das portas no corredor do segundo andar ele virou-se para ela.

“Não confio em você. Não me lembro de nenhuma Cecillia na Sonserina.”.

“Não se lembraria de mim de qualquer forma. Não era do seu ano.” – a jovem resolvera mentir. Não seria inteligente revelar a ele seu sobrenome, ainda mais no dia em que o pai dele fora assassinado e sua mãe libertada.

“Não importa. Não me lembro de você no geral. Nem no salão comunal, nem nada.”.

“Bem, então anda bastante desmemoriado para um sonserino...”.

Antes que ela pudesse continuar Draco a empurrou pelo ombro, batendo suas costas contra a porta do quarto.

“Não me venha de gracinhas! Não é minha amiga e eu não gosto de você!”.

“Não precisa gostar de mim. Você agora depende de mim.” – ela observou o loiro soltar um sibilo de ameaça, um sorriso orgulhoso se abrindo em seus lábios, soltando-se da mão dele num movimento rápido e serpenteante. – “E não acho que tenha qualquer tipo de amigo.”.

Então, antes que Draco pudesse lhe empurrar, ameaçar ou lhe dizer qualquer outra coisa, ela entrou no quarto e puxou a varinha na direção da porta.

“Colloportus!” – e então, ela pôde ouvir Draco esmurrando a porta e tentando abri-la. – “Vá embora, Malfoy. Deixe-me em paz!”.

Draco lhe gritou algumas ofensas dos mais diversos tipos do outro lado da porta, mas Cecillia não se importou, na verdade, lhe deu vontade de rir. Quando se virou para o quarto mais uma vez ficou feliz em descobrir que o mesmo possuía armários grandes e uma cama de casal, além de seu próprio banheiro.

Suas malas também já estavam lá, possivelmente enviadas pelos elfos domésticos. Cecillia gostaria de agradecê-los, uma vez que nunca tivera um, mas, resolvera deixar aquilo para lá. Não queria dificultar a vida dos mesmos.

Ela andou até a janela ao lado da cama, mas não conseguiu ver nenhum dos outros por ela. Talvez ainda estivessem distantes de passarem por ali, e assim, ela retirou-se para poder tomar um banho, tirando as vestes e deixando-as sobre a cama, sabia que o feitiço a daria alguns minutos de paz.

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