Cecillia: 24
- Giovanna Saggiomo
- 2 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
O silêncio invadiu a sala mais uma vez, talvez eles esperassem mais algumas perguntas ou curiosidades da mais nova, porém a única frase que saiu dos lábios dela foi...
“Para onde devo ir...?”
Harry estendeu a mão e tocou no ombro da mesma, dessa vez ela não fugiu do toque, afinal, Harry a havia defendido.
“Ceci, é um trabalho muito difícil e eu não sei que tipo de dificuldades você vai encontrar lá. Eu não te mandaria para lá se não acreditasse que você seria, de todos nós, a mais apta ao trabalho. Você entende isso?”
A menor fez que sim com a cabeça. O Sr. Potter confiava nela para aquele trabalho, ela queria ajudar, e não bastasse tudo isso, queria forçar Ginny Weasley à engolir suas palavras.
“Certo.” – Harry então apontou o sofá para ela e apenas continuou após a mesma sentar-se. – “Lucius Malfoy foi assassinado em Askaban e acreditamos que os demais Malfoys estão em perigo também... Porém, Narcissa Malfoy se negou à deixar a mansão à qualquer custo e Draco Malfoy pareceu apenas aceitar a escolha da mãe.” – os gêmeos e Hermione agora observavam Harry com atenção, ele não podia pensar em fazer isso. – “Precisamos de um membro da ordem para ficar ali e observá-los, garantir sua proteção, uma vez que eles não aceitam a presença dos aurores.”.
“E pensou em mim por eu ser uma sonserina sangue-puro?” – as palavras da jovem pareceram machucar um pouco o ego dos demais.
Sim, era exatamente por isso que Harry a havia escolhido, e por pior que parecesse, principalmente à Hermione, não fora por confiar nas capacidades dela ou algo assim.
Ela iria ter de morar com dois dos mais perigosos ex-comensais sozinha, com seus 17 anos, apenas por ser uma sonserina sangue-puro? Aquilo não era justo. Não poderiam expô-la a tamanho risco.
“Harry, não pode fazer isso!” – Hermione agora parecia alarmada, seus olhos castanhos alertas. – “Ela é só uma criança, Harry! Ela é mais nova que Ginny! Não pode simplesmente jogá-la na casa dos Malfoys para que ela se vire! Eles são perigosos!”
A revelação de que a jovem era mais jovem que Ginny pareceu alarmar a senhora Weasley, de fato, nenhum deles parara para fazer as contas, porém, não era como se pudessem de fato negar que, se a jovem acabara de deixar Hogwarts, aquilo era com certeza verdade.
“Hermione...” – agora era Cecillia quem falava. – “Olha, eu agradeço muito a preocupação, e por ter sido uma amiga tão maravilhosa hoje. Mas eu vim aqui para ajudar. Independentemente de minha idade ou qualquer outra coisa do gênero. Eu quero ajudar. E se a Ordem da Fênix precisa de mim... Será uma honra ajudar.”
Todos na sala se entreolharam por alguns instantes antes de aceitarem a decisão de Harry e da mais jovem. Era difícil aceitar que uma criança fosse fazer o trabalho deles, ainda mais para Hermione que havia já conhecido um pouco mais sobre a garota. Mas eles teriam de respeitar a vontade dela, e mais importantemente, era bem verdade que ninguém ficaria tão bem na mansão Malfoy quanto ela.
O silêncio começara a incomodar a pequena sonserina, que levantou-se calmamente e estralou os dedos.
“Confiem em mim. Eu sei me defender bem, e além do mais, eu sou sim uma sonserina sangue-puro.” – apesar da dor e do medo, era claro o quanto a bruxa tinha orgulho de ser quem era. – “Sei viver bem entre os do meu tipo...” – a jovenzinha agora andava até Molly e abria um sorriso doce. – “Obrigada por tudo, Sra. Weasley. Foi um prazer sem igual conhecer sua família, espero que nos vejamos de novo em breve.”
Harry observou a mais nova, sim, estava mesmo na hora de irem, ainda mais se pretendiam apresentá-la aos Malfoys antes do jantar, não que ele acreditasse que os Malfoys iriam jantar após receberem a notícia do assassinato de Lucius.
A verdade é que eles ainda tinham muito a fazer. Ele, Hermione, Rony e Cecillia ainda tinham de enfrentar o mal humor de Narcissa, a fúria de Draco e a constante ironia de Astoria.
Sim, seria uma longa tarde. Muito longa.