Cecillia: 21
- Giovanna Saggiomo
- 24 de jun. de 2016
- 4 min de leitura
Quando Cecillia ajudou Molly a levar as ultimas louças para dentro de casa quase todos já haviam partido. Apenas Hermione, Ginny, Molly e ela ainda estavam em casa.
Ginny lançou um olhar furioso para Cecillia quando ela entrou na cozinha e então saiu andando, subindo as escadas enquanto batia os pés de forma furiosa.
As outras três observaram os pés dela sumirem de vista com um suspiro pesado e tenso.
“Ai ai...” – Ceci foi a primeira a se pronunciar. – “Bom... Ahn... Acredito que eu precise ir até o beco para comprar algumas coisas...” – ela então olhou para Hermione. – “Hermione, você sabe se Rony...”.
“Sim, ele já comunicou o ministro e já enviou seu primeiro pagamento para Gringotts. Será depositado assim que você abrir a sua conta.”.
“Que ótimo.”. – ela sorriu então, checando os bolsos em busca da varinha. – “Bom, eu acho que vou... Hermione, você não precisa voltar ao trabalho...?”.
“Não, hoje nã...”.
“Gostaria de vir comigo?” – ela sorriu para a outra morena. – “Acredito que poderíamos ir conversando...”.
Hermione sorriu e logo olhou para Molly. Após a outra bruxa concordar com a cabeça ela assentiu olhando para Cecillia.
“Claro. Vamos lá.”.
As duas foram na direção da porta de entrada e logo aparataram para o beco.
Ao chegar ao beco diagonal ambas se direcionaram ao Gringotts. O duende parecia mal-humorado ao extremo.
“Como uma bruxa alcança a maioridade sem ter uma conta no Gringotts? Mas que tipo de...”.
“São assuntos do Ministério.” – Hermione cortara o papo de forma bastante objetiva e grossa. Imaginou que se o duende dissesse algo sobre a família de Ceci a bruxa ficaria irada.
O duende fechou ainda mais a cara.
“Pois bem...”.
As duas seguiram junto do duende para que a conta fosse aberta. Quando chegaram lá a quantia enviada pelo ministro já havia sido depositada.
Cecillia retirou um pouco do dinheiro, o que considerou ser necessário para suas compras, e deixou o restante ali.
Ao saírem Cecillia olhou em volta. Eram tantas coisas para serem compradas.
“Eu nem sei por onde começar...” – ela admitiu virando-se para Hermione.
“Bom, roupas, uma coruja, um malão... Você tem o hábito de fazer poções, certo?”. – Hermione lembrou-se da história que ela contara sobre Snape.
“Sim... Bom, utensílios para poções, Alguns livros... Sapatos... E algumas outras coisinhas... É acredito que só isso...”.
As duas entreolharam-se e riram.
“Só?” – Hermione perguntou sorrindo.
Elas sorriram uma à outra de uma forma doce, haviam acabado de conhecerem-se, mas, de alguma forma que nenhuma das duas entendia bem, pareciam dar-se muito melhor do que o esperado.
“Quem diria não, é?” – Cecillia então sorriu à outra de forma doce.
“O que?”
“Que um dia uma sonserina e uma grifinória poderiam se tratar assim... Sem quererem se matar...” – ela olhou para o céu do beco e sorriu. – “No tempo de onde eu venho não temos mais preconceitos contra nascidos-trouxas e mestiços, mas o duelo das casas ainda era meio.... Acirrado.” – ela explicou com um sorriso suave no rosto. - “Eu estou feliz de ter voltado... Gostaria de poder agradecer o papai, mas... Como eu não posso... Vou agradecer você.”.
Hermione sorriu, aparentemente os Weasley, e ela mesma, estavam fazendo muito bem à outra bruxa.
“Eu? Por quê?”
“Porque você é a primeira amiga que eu tenho...”.
Cecillia sorriu para ela e então lhe estendeu a mão. Hermione porém, puxou-a para um abraço sorrindo.
“Ahn... Ceci?”
“Sim?”
“Quantos anos você tem?”
A curiosidade dos gêmeos parecia ter se passado para Hermione. Claro, ela já fazia ideia da resposta pela história que Cecillia contara, mas, queria ter certeza.
“Eu tenho 17.”
Por um segundo Hermione distraiu-se um pouco. Fez os cálculos mentalmente e concluiu que a garota devia não ter feito ainda aniversário nesse ano. Concluiu também que Ginny Weasley era quase dois anos mais velha do que ela e que, ainda assim, tinha dado um péssimo exemplo.
“Bem...” – ela suspirou, afastando a memória do showzinho de Ginny da cabeça. – “Bem vinda à família.”.
Cecillia abraçou a outra com mais força e logo, sorriu à mesma, pegando-a pela mão e apontando para a loja de animais.
“Comecemos pela coruja, então.”.
Ao entrarem na loja, diversos animais se voltaram para as duas, provavelmente não eram muitos os clientes naquela época. Observou os gatos, sapos, ratos e demais animais próximos à porta, andando até o fundo da loja em busca das corujas.
Ao chegar era possível identificar todo o tipo de corujas, suindaras, caçadoras, negras, brancas, cinzas, rajadas, pequenas, grandes, médias, adultas, filhotes, de tudo.
Cecillia sentiu um impulso de direcionar-se à sessão de filhotes, porém, lembrou-se a tempo de que precisava de uma coruja-correio, e não um animal de estimação.
Foi então na direção do vendedor, que pareceu ainda mais surpreso com as duas figuras em sua loja.
“Com licença. A partir de que idade elas já são treinadas como corujas-correio?”
“Daquela em diante já estão treinadas.” - o vendedor apontou uma coruja cinza de tamanho médio.
Cecillia acenou com a cabeça e dirigiu-se imediatamente na direção da menor delas, uma pequenina coruja acinzentada de cara branca e olhos laranjas que estava bem ao lado da coruja que ele apontara.
“Essa daqui também?”
O vendedor fez que sim com a cabeça, já parecendo estar de saco cheio das perguntas dela.
“Vou querer essa.” – ela encerrou o assunto com um grande sorriso. – “Vou treinar você para ser bem rápida, Klein.”.
“Klein?” – Hermione parecia curiosa sobre o nome, observando enquanto Cecillia parecia contar o dinheiro para a coruja.
“Klein significa pequeno ou pequena em alemão.” – ela sorriu para Hermione.
Hermione sorriu de volta, sem saber direito o que dizer. A garota parecia carregar consigo uma carência que Hermione não sabia explicar.
Talvez pelo fato de nunca ter estado tão solitária, Hermione não conseguiu compreender a importância de existir uma forma de vida mais frágil do que Cecillia, mas, mesmo sem compreender, ela apenas aceitou, respeitando as necessidades aparentemente inexplicáveis da outra.