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Cecillia: 17

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 13 de jun. de 2016
  • 4 min de leitura

O silêncio invadiu a sala por um segundo enquanto todos pensavam em tudo que acontecera naquela manhã.

“Certo...” – Hermione resolvera falar primeiro, respirando fundo. – “Nós temos de voltar aos nossos afazeres...” – ela corou um pouco, não queria parecer tão rude. – “Cecillia, acredito que...” – ela calou-se por um segundo, respirando fundo. – “Venha comigo, certo? Nós vamos à casa dos Weasleys. Vou te emprestar uma roupa minha para que você possa ir até o beco diagonal comprar algumas roupas e abrir sua conta no Gringotts...”.

Cecillia sorriu de forma doce, compras... Embora ela não fosse muito fã disso, uma vez que fora criada pelo pai, era uma ótima oportunidade de poder se renovar... Renovar as roupas, seu espírito, seus ares... E talvez suas esperanças também...

“Muito obrigada, Sra. Granger!”

“Pode me chamar de Hermione, certo?” – Hermione corrigiu com um sorriso, embora parecesse ainda atenta, parecia estar agora acostumando-se melhor com a situação.

“E pode me chamar de Rony, certo?” – Rony aproveitou a deixa, sorrindo.

“Certo. Muito obrigada, Rony e Hermione.” – ela corrigiu sorrindo para Rony de forma doce. Ele parecia bastante com Arthur Weasley, e ambos pareciam doces como seu pai. Eram uma presença reconfortante.

“Rony, fale com o Ministro agora, okay?” – Hermione lhe deu um selinho e pegou Cecillia pelo ombro. – “Nós vamos passar na Doca agora... Se conseguir resolver isso rápido apareça lá para nos contar as novidades, okay?”.

“Claro! Harry, o que acha de almoçarmos todos lá?” – Rony sorria, adorava poder almoçar em casa. A comida da mãe era maravilhosa.

“Claro! Nos falamos no almoço, então.”

“Certo, até o almoço, meninos!” – Hermione puxou Cecillia para fora da sala com ela, guiando a garota para fora do ministério, indo na direção de uma das lareiras para usar a rede de flu.

“Hermione...?”.

“Sim...”

“Você ainda quer me fazer mais perguntas, não é?” – Cecillia olhou na direção dela de forma temerosa, conhecia a fama de Hermione. Era uma bruxa muito inteligente e talentosa.

“Na verdade, eu quero sim...” – Hermione respirou fundo. Não se sentia confortável com a garota o suficiente ainda. – “Mas não precisa ser agora...”.

“Eu sei aparatar... Se quiser caminhar um pouco para podermos conversar a sós...” – A garota olhou o teto do ministério. – “Eu não me importo... Eu entendo que só está tentando proteger sua família.”.

Hermione olhou-a por um segundo. Seu coração estava destruído, isso era claro... E agora ela entendia bem o porquê. A garota não a atacaria, ela acreditava nisso, porém, certas coisas apenas ela poderia perguntar...

“Acredito que essa seja uma boa solução...”.

“Claro, por que não? Eu... Também queria fazer algumas perguntas sobre a minha mãe...”.

Elas saíram do ministério lado a lado. Cecillia observou o céu, soltando um suspiro.

“Hermione...?”.

“Sim?”.

“O que você acha que aconteceu com meu pai e meu cachorro? Quero dizer, os verdadeiros... Os que sabiam quem eu era...”.

“Eu não sei, Cecillia... Sabemos que quando o passado é alterado, a realidade se transforma e se altera... Mas, não sabemos o que acontece à realidade original.” – era uma pergunta muito difícil e sequer Hermione sabia respondê-la. – “Eu sinto muito.”.

“Não precisa se preocupar.” – ela suspirou, ainda observando o céu. – “Muito bem, vamos? Afinal, você também tem suas perguntas, não é?” – Cecillia forçou-se a dar o sorriso mais doce que pôde, oferecendo sua mão à Hermione. – “Eu não sei onde fica...”.

Hermione tomou a mão dela. Sentiu o quanto estava gelada e tremia.

Hermione não havia notado antes que ela estava tremendo... Seria frio? Talvez medo... Ou talvez dor e tristeza... Ou talvez fossem todas as opções... Hermione sentiu-se subitamente culpada.

Sabia que aquelas perguntas eram inevitáveis, mas, talvez ela tivesse sido direta demais...

“Eu acho que... Acho que fui muito... Grosseira.”.

“Não, não foi não... De verdade, Hermione...” – Cecillia parecia notar que ela não acreditava naquilo. – “Eu entendo que só esteja tentando proteger as pessoas que ama...” – ela soltou um suspiro. – “Ah, se isso pudesse salvar minha família... Eu faria qualquer coisa...”.

Hermione olhou a garota ao seu lado. Era poucos anos mais jovem que eles, porém, ao contrário deles que tinham um ao outro, ela não tinha ninguém. Tudo que amava e conhecia havia desaparecido junto da realidade de onde a jovem havia vindo.

‘Deve ser difícil... ’ foi o pensamento de Hermione antes de ela mesma censurar-se, voltando à seus pensamentos.

Não, devia ser muito pior do que apenas difícil... Hermione não conseguia imaginar o que seria dela se perdesse todos daquela forma, sem chance de consegui-los de volta, e da noite para o dia... Sem ter a chance sequer de se despedir.

Abraçou a garota com força em mais um de seus impulsos femininos e lhe abriu um sorriso fraco, estando agora também os olhos dela cheios de lágrimas.

“Não podemos trazê-los de volta... Mas podemos nos esforçar para garantir que dessa vez eles vivam bem!” – Hermione afastou-se um pouco, para poder sorrir à Cecillia. – “Vamos para a Doca! Tenho certeza que Molly vai adorar te conhecer...!”.

E assim, partiram.

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