Cecillia: 15
- Giovanna
- 8 de jun. de 2016
- 4 min de leitura
O ombro de Cecillia bateu contra o chão do ministério com um baque.
Ela não era muito boa em esportes, o que fez a batida doer mais do que deveria... Não bastasse isso, ao cair no chão no meio do corredor de entrada para o ministério, ela acabara chamando um pouco de atenção.
Olhou em volta confusamente, não conhecia nenhuma daquelas pessoas, e na realidade, estar naquele local, ainda mais com aquelas vestes, a fez sentir-se ainda mais perdida.
Foi quando um homem ruivo com um sorriso doce parou e ajoelhou-se perto dela, lhe oferecendo a mão.
“A senhorita está bem?” – o ruivo lhe deu um sorriso dócil. Tinha alguns poucos cabelos já brancos e uma expressão cansada. – “Hm... Desculpe, mas... Acho que não a conheço...”.
“Gr...” – Cecillia mordeu a língua. Não podia revelar seu sobrenome... Ainda mais para aquele homem que ela não sabia quem era. E se os outros bruxos ainda estivessem furiosos com a mãe? Furiosos o suficientes para matarem-na... Ou pior... – “Cecillia...”
“Eu sou Arthur Weasley.” – ele sorriu e ajudou a pequena bruxa a se levantar.
“Weasley?” – ela abriu um gigantesco sorriso. – “Pai do senhor Ronald Weasley?”.
“Senhor...?” – Arthur segurou um riso pequeno e baixo. – “Ronald realmente não é muito bonito, mas, chamá-lo de senhor...” – e logo Arthur Weasley entregou-se a um novo riso.
“Ah...!” – Cecillia riu sem jeito. Havia esquecido que agora eles não deviam ser sequer três anos mais velhos do que ela. – “Claro, claro... Ahn...”.
“Papai!” – a voz veio de trás de Arthur Weasley, e era bastante parecida com a dele.
“Ron! Me espera!” – a voz a seguir era bastante feminina e de uma ressonância muito doce.
E logo Cecillia reconheceu o jovem casal atrás de Arthur Weasley como Ronald Weasley e Hermione Granger. Eles pareciam tão mais jovens do que ela se lembrava...
“Esses são...”
“Ronald Weasley e Hermione Granger!” – Cecillia o interrompeu animadamente, sorrindo para os dois.
“Ahn... Prazer...” – Ron respondeu sem jeito, observando a garota diante deles sem reconhecê-la.
“Prazer!” – Hermione logo erguera a mão para Cecillia, parecia estar tentando reconhece-la também, porém, sem sucesso. – “Hm, desculpe-me, mas... Não me lembro de você...”.
“Não teriam como mesmo...” – Cecillia olhou-os agora de forma mais triste. Ninguém a reconheceria ali, nem mesmo o pai o fizera. – “Meu nome é Cecillia e eu... Por favor, eu preciso falar com o senhor Harry Potter...”.
Os três entreolharam-se de forma confusa, e depois olharam para a jovem diante deles.
“Por favor! Por favor! É urgente!” – Cecillia olhou-os de forma triste e desesperada, deixando clara a urgência de seu pedido.
Eles entreolharam-se de novo. Harry andava muito ocupado e eles não podiam simplesmente aparecer em sua sala com uma garota que eles sequer sabiam de onde havia saído. Mas, era óbvio pela forma como ela os olhava que a questão era emergencial.
Reconheceram naqueles olhos toda a emergência que eles um dia sentiram em ver Harry, fosse durante o torneio tribruxo, a grande batalha, ou mesmo durante os desafios e complicações que eles passavam todos os anos, isso não mudava nada. Não mudava o fato de que eles precisavam vê-lo.
Não só por serem seus melhores amigos, mas porque ele era Harry Potter, o garoto que sobreviveu. O maior símbolo de esperança vivo que eles tinham. Harry era o sinal de que, um dia, tudo ficaria bem.
E assim, eles não podiam fazer mais nada exceto ceder.
“Rony, Hermione... Vocês...”.
“Pode deixar, pai... Nós vamos levá-la.” – Rony assentiu, abraçando Hermione pela cintura enquanto ele olhava para o pai, que parecia tão perdido quanto ele.
“Venha com a gente, Cecillia...” – Hermione sempre fora uma bruxa demasiadamente inteligente e observadora, de forma que, enquanto eles guiavam a outra bruxa pelo ministério, ela observava calmamente a garota.
Hermione observou bem o robe verde da garota e logo reconheceu pelo tecido que não era um robe feito para usar-se fora de casa. Prestando bastante atenção à gola, reconheceu que o tecido do que quer que estivesse por baixo do robe também não era um tecido feito para ser usado em ocasiões como aquela, o que deixou a bruxa apreensiva. Todo aquele verde lhe era estranho, porém, ela não podia condenar alguém por gostar de verde, certo?
Notou seu cabelo bagunçado, as olheiras e a expressão não só cansada, mas, permanentemente triste, como se ela tivesse acabado de perder algo muito importante.
A bruxa era ao mesmo tempo transparente, em toda sua urgência em ver Harry e em sua tristeza, porém, mesmo para Hermione parecia impossível penetrar a mente dela mais do que aquilo.
Hermione estava frustrada, sempre fora capaz de chegar a uma conclusão, não só convincente, mas, também correta de todos os bruxos que já haviam passado perante seus olhos, porém aquela bruxa parecia fechada sob uma capa impenetrável de algo que Hermione não conseguira descrever com nenhuma outra palavra senão tristeza.
O olhar da garota, porém, alterou-se completamente quando eles entraram no escritório de Harry e ela pôde vê-lo. A esperança estava de volta porque Harry Potter estava ali.
“Senhor Potter!”
Harry virou-se assustado, além de terem arreganhado a porta de sua sala, uma voz que ela não conhecia agora gritava seu nome.
“Hey, hey!” – ele virou-se rapidamente, foi quando seus olhos verdes encontraram a garota que olhava-o em choque, como se ele fosse algum tipo de assombração. – “Quem... Quem é você...?”.
“Eu sou...” – ela então mordeu os lábios e olhou para o ruivo e a morena ao seu lado. Tinha medo deles. De suas habilidades. Porém, sempre ouvira sobre o senso de justiça forte deles, e por isso, acabou cedendo. – “Eu sou Cecillia Greenieart...”.