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Cecillia: 12

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 1 de jun. de 2016
  • 4 min de leitura

“Blam!”

Foi esse o barulho que acordou a garota no meio da noite.

Ela sentou-se na cama e olhou em volta, o cão estava já alerta embora estivesse deitado ainda, de forma que ambos estavam esperando juntos por um novo barulho. Porém, ele não aconteceu.

Cecillia levantou-se e enrolou o corpo no robe verde-escuro que usara na janta, amarrando-o bem enquanto ia em direção à porta, abrindo apenas uma fina fresta, por onde poderia olhar o corredor. De novo, ninguém.

A garota estava quase desistindo quando um novo barulho chamou sua atenção:

“Krack!”

Dessa vez a garota fora capaz de identificar de onde vinha o barulho. Vinha da biblioteca, e ela sabia bem o que estava acontecendo ali. A mãe estava tentando criar um vira-tempo próprio, o porque a garota não sbaia, mas, sabia o quanto isso era perigoso.

“Hans!” - a garota chamou pelo cão que já estava de pé e alerta ao seu lado. - “Vá chamar o papai! Rápido! Mamãe aprontou algo!”

Enquanto o cão corria na direção do quarto dos pais ela corria na direção da biblioteca, já com sua varinha em mãos. Ela não sabia o que a mão estava fazendo, mas sabia que com aquele tipo de magia ela não podia brincar. Não podia ser descuidada.

“Bombarda!”

E com aquela pequena palavra a garota fez com que a porta da biblioteca se desfizesse em farpas.

A biblioteca estava pior do que ela imaginara, haviam diversos livros atirados ao chão e alguns com páginas arrancadas. Sobre a mesa havia mais alguns livros e muitos cadernos de anotações, junto deles diversos objetos que lembravam vira-tempos, mas, alguns estavam claramente errados.

A grande maioria possuía anotações, de forma que Cecillia ficou surpresa ao descobrir que a mãe andara voltando no tempo para testá-lo.

O primeiro dos vira-tempos ali era todo negro e havia um bilhete bastante claro sob ele: “Não utilizável. Não permite interação, apenas observação do passado”.

E assim se seguiram os vira-tempos e bilhetes enquanto Cecillia observava e tocava alguns. No total eram mais de cem vira-tempos, alguns espalhados pelas mesas, outros pelas prateleiras e outros pelo chão.

Um caderno em especial, porém, estava lhe chamando a atenção, e quando Cecillia se aproximou, entrou em pânico.

~ Consegui!

Eu finalmente consegui. Com esse vira-tempo eu serei capaz de voltar e salvar Severus.

Voltarei para a noite do grande ataque à Hogwarts e esconderei Severus do Lorde.

Para isso é importante ter isso anotado, caso algo dê errado, é necessário usar o último vira-tempo que eu fiz, o vira-tempo verde.

Mas, caso algo dê errado e eu o perca, preciso me lembrar de usar o vira-tempo dourado. É essencial que ele jamais pare de virar, porém, é o que funciona melhor depois desse aqui... ~

Cecillia parou de ler quando o pai chegou atrás dela. Ele estava chocado com o estado da biblioteca da família, correndo até a filha.

“Ceci... O que...? O que houve? Onde está a sua mãe?”

“Ela... Ela voltou no tempo para salvar o professor Snape...” - ela mordeu os lábios ao terminar de falar, vendo a dor nos olhos azuis de seu pai. - “Papai... Eu...”

O pai esperara a vida toda pelo amor da mãe, e agora, além de ela não amá-lo, ela o estava abandonando para ir atrás de Severus Snape.

“Pap..”

E então, sua realidade começou a se partir... Literalmente.

O chão da biblioteca sob seus pés começou a se abrir, desfazendo-se num gigantesco abismo, os três atiraram-se para lados opostos tentando segurar-se em algo.

“PAI!” - a garota segurou-se à mesa tentando não cair dentro do gigantesco abismo, que aumentava cada vez mais. - “O que está acontecendo?”.

“Sua mãe mudou o passado!” - ele segurou o gigantesco dogue alemão ao seu lado. - “Isso quer dizer que esse presente foi completamente destruído... Cecillia... Cecillia use um desses vira-tempos! Rápido!”.

“Não... Não... Papai... Hans...” - ela olhou os dois enquanto as lágrimas preenchiam seus olhos, não queria abandoná-los.. Não queria perdê-los.

“Agora! Rápido!” - ele olhou em volta rapidamente. - “Se está tudo se destruindo quer dizer que nada se salvou da nossa realidade...” - ele olhou intensamente nos olhos azuis da filha, idênticos aos seus. - “Por favor, minha filha! Por favor, se salve!”.

Cecillia olhou para os vira-tempos na mesa e pegou um deles, colocando em seu pescoço, porém, quando olhou de volta para seu pai, o chão sob ele e o cão cedeu, jogando-os para dentro do grande abismo.

"PAPAI!” - foi tudo que ela teve tempo de chamar antes de o chão debaixo dela ceder também.

Era uma queda diferente... Não era como cair da cama, ou rolar a escada. Era uma queda livre e silenciosa, de certa forma, até gostosa. Era como cair no esquecimento, perdoar tudo e todos, esquecer tudo que te fizeram e o que você mesma fez.

Era como o vácuo. Sem ar e sem nada, esperando que a verdade explodisse dentro de você e então você desaparecesse. E foi então que Cecillia começou a pensar no que perderia ao desaparecer ali.

Não tinha namorado, e nem melhores amigos, a mãe não a queria... E foi então que ao se lembrar da mãe, se lembrou do pai e do cão, que haviam caído naquele abismo do esquecimento desejando que ela voltasse para salvá-los, para resolver as coisas.

E então, sem se dar tempo para pensar mais uma vez girou o vira-tempo o máximo que pôde, até ela mesma ser engolida por aquele abismo.

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