Cecillia: 10
- Giovanna Saggiomo
- 25 de mai. de 2016
- 4 min de leitura
Quando ela chegou a casa, a primeira coisa que viu foi o sorriso de orgulho nos lábios do pai.
“Papai...” – Cecillia chamou com um grande sorriso no rosto, largando o malão e correndo para abraça-lo. - “Voltei para casa!”.
“Ah, minha filha!” – ele a abraçou amorosamente, beijando seus cabelos longos e ondulados, levemente avermelhados. – “Senti tantas saudades! Ah, tantas saudades! Nenhum garoto mexeu com você?”.
Ela riu, atirando sua cabeça para trás para poder olhar o rosto do pai, o qual era bem mais alto do que ela.
“Oras, claro que não pai!” – Ela acariciou o rosto do pai com um sorriso. – “Se nunca namorei nenhum garoto na época do colégio, durante as aulas, por que arranjaria um namorado justo agora que as aulas acabaram?”.
“Você é linda demais, minha querida. Com certeza os garotos tinham medo de se declarar para você e perderem seus corações para sempre...” – Ele correspondia os carinhos dela enquanto ria, com seu jeito alemão sempre exagerado. – “Agora que as aulas acabaram eles podiam se declarar e fugir para sempre do fora que levariam de você.”.
“Oras, papai... Não diga bobagens...” – Ela sorriu, olhando em volta no hall de entrada, porém, com exceção do pai e do cão da família, um grande dogue alemão, estava completamente vazio. – “Ela não...”
“Ah... Não ligue para isso, querida! Ela apenas perdeu a hora. Tenho certeza de que ficará feliz em lhe ver.” – ele sorriu sem jeito, tentando consertar a situação desconfortante. – “Além disso, Hans também sentiu saudades.”.
Ao ouvir seu nome o gigantesco cão atirou-se sobre a menina, derrubando-a contra o sofá e já pulando em seu colo, latindo alegremente. E dessa forma destruindo o clima tenso.
“Hans!” – a menina então começou a rir por baixo do gigantesco cão que a lambia e deixava-a totalmente babada. – “Pare! Pare! Ora, seu tolo! Eu também tive saudades, mas, pare de me babar toda!”.
O cão só parou quando o rosto e o cabelo de Cecillia pingavam a baba do mesmo.
“Oh, Hans... Que nojo...” – embora a garota reclamasse o cão parecia orgulhoso de sua rápida e eficiente babação. – “Bom, papai... Eu vou tomar um banho antes do jantar... Um certo cão resolveu me dar banho antes de podermos conversar.”.
O dogue alemão latiu orgulhosamente e sorriu, balançando positivamente a cabeça à sua dona.
“Oras, seu sem-vergonha!” – o pai reclamou, fazendo o cão baixar as orelhas, embora continuasse olhando para Cecillia. – “Meu bebê volta depois de passar tanto tempo em Hogwarts e antes mesmo que pudéssemos conversar você a enche de baba!”.
“Papai! Não sou mais um bebê.” – ela disse levantando-se e limpando completamente o sofá com um balançar de varinha, logo acariciando a cabeçorra do cão. – “Já volto... Vamos, Hans?”.
“Vai levar esse cão babão junto?”
“Claro que não! E levar outro banho de baba?” – Ela riu, acariciando o cão que já seguia do lado dela. – “Ele vai levar minhas malas.”.
O cão olhou sua dona de forma confusa, e com um balançar de varinha, Cecillia fez com que alças mágicas amarrassem suas bolsas menores às laterais do cão. O cão, ao notar que o malão não veio ao seu encontro, pareceu soltar um suspiro de alívio.
“Oras, bobo. O malão é grande demais, mesmo para você.” – ela riu, logo direcionando a própria varinha para o malão. – “Wingardium Leviosa!”
E com isso o malão começou a flutuar, sendo guiado por movimentos da varinha da mesma.
“Até daqui a pouco, papai!”
E assim, a garota e seu cão subiram as escadas, junto de seu malão flutuante, chegando rapidamente ao seu quarto e entrando diretamente num banho, com roupas e tudo o mais, observando enquanto o cão balançava-se o suficiente para soltar as amarras mágicas e soltar as bolsas dela no chão.
Enquanto Cecillia tomava banho o cão farejava sua bolsa e seu malão em busca de presentes...
Era bem verdade que o cão era mimado por culpa da garota, afinal, era ela quem sempre que voltava para casa trazia um presente para o mesmo, de forma que desde que ela ganhara o cão, em seu oitavo aniversário, o cão sempre dormia junto dela na cama.
Era engraçado pensar que o mesmo ainda se lembrava de seus tempos de filhote, ainda esperando que ela trouxesse-lhe um presente, como a mesma sempre costumava fazer, ignorando o fato de já ser um adulto e ocupar bem mais da metade da cama da garota...
Ela jogou as roupas molhadas sobre a pia e terminou de vestir seu robe verde escuro, quase negro com detalhes azuis. Passou sua varinha num movimento rápido sobre as roupas e elas logo estavam secas...
Esses novos feitiços domésticos eram muito úteis e com um novo balançar de varinhas as roupas já secas dobraram-se no ar e guardaram-se nas gavetas. O cão, já cansado de tanto farejar sem encontrar seu presente, olhou a dona com um olhar meigo e dengoso, dando um uivo baixinho.
“Oras, já está ficando impaciente?” - ela riu, acariciando o cão enquanto dava beijos sobre a cabeça dele. - “Você costumava ser melhor nisso... Bom, vamos descer, você vai ganhar seu presente depois do jantar!”