top of page

Cecillia: 7

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 17 de mai. de 2016
  • 4 min de leitura

Os aurores levaram o corpo de Severus Snape enquanto Lillian observava de dentro do lago. Mais uma vez ela o perdia, e dessa vez, era para sempre.

Agora ela sabia o que Severus havia sentido naquela noite, quando Lilian Potter havia sido assassinada. Será que era tão difícil para quem partia, quanto para quem ficava?

Como será que Lilian Potter se sentiu ao largar o filho para trás? Completamente desprotegido diante do Lorde das Trevas?

Como será que Severus havia se sentido ao deixar o mesmo menino para trás? Potter agora era um jovem bruxo muito talentoso, mas, como Severus poderia ter certeza de que Potter conseguiria vencer o Lorde? Como tinha sido para ele morrer com a mesma dúvida de que fim levaria o único vestígio de sua amada?

Lillian respirou fundo, escondida atrás daquele bote de madeira enquanto observava todos se retirarem exceto Minerva McGonagall.

“Lillian?” - ela chamou quando as duas estavam novamente sozinhas. - “Venha cá, por favor.”.

E assim a lontra saiu do lago mais uma vez, voltando à forma humana enquanto observava, com certo temor à professora. Não conseguia se controlar. Não conseguia não ter medo o tempo todo, e isso a assustava cada vez mais.

“Professora... O que houve? Como acabou a guerra?” - ela engoliu em seco, olhando em volta. - “Potter... Potter está bem?”.

“Está sim... Potter descobriu a verdade sobre Severus através das memórias que recolheu aqui no lago. Ele está bem. Venceu Voldemort. Estamos vivos e livres...” - McGonagall andou até Lillian e acariciou seu cabelo castanho e encharcado. - “Tivemos muitas perdas, é verdade... Mas vamos ficar bem. E é por isso, Lillian, que você deve me fazer um juramento.”.

“Um juramento, professora?”

“Sim. Vai me jurar continuar vivendo, encontrando alguém que a ame, e continuando sua vida...”.

“Não! Eu não posso! Não posso continuar sem...”.

“Basta!” - McGonagall agora olhava a bruxa de forma severa. - “Você acha que Severus não daria qualquer coisa para poder ter Lilian de volta? Para poder ter um filho com ela? Para poder viver, Lillian? Você pode! Viva por você, e viva por ele também! Continue vivendo! Viva pelos dois! Encontre alguém que a ame, e permita-se ser amada como ele jamais lhe permitiu amá-lo. Tenha uma criança! Coloque-a em Hogwarts e deixa-a estudar aqui. Deixe-a realizar todo o potencial que você tinha. Deixe-a viver uma vida melhor que a de Potter. Deixe-a viver uma vida com pais. e com paz! Agora que esse pesadelo acabou!”.

A morena voltou à chorar diante da professora. Como ela poderia amar outro? Se deixar amar por outro? E ainda assim, as palavras de Minerva lhe faziam todo o sentido. Ela não estaria traindo Severus, uma vez que ele nunca a quis. Ela estaria dando a oportunidade de alguém amá-la, como Severus nunca havia lhe dado. Ela estaria fazendo alguém feliz. E então, de todo esse drama enfim surgiria a felicidade. Enfim algo daria certo. Enfim, enfim esse desastre todo estaria acabado e eles poderiam viver e serem felizes. Ela poderia viver e ser feliz sem medo.

“Está bem.” - a bruxa baixinha e morena concordou, olhando nos olhos de sua professora com mais que medo dessa vez. Com esperança, com fé. E acima de tudo, com respeito. - “Está bem. Eu farei isso, professora. Farei isso por todos nós. Por todos nós que sofremos e perdemos uma parte de nós nessa guerra idiota.”.

“Fico feliz de ouvir isso...” - concluiu McGonagall agora encarando a bruxa. - “Mas têm de me jurar fazer isso de forma certa. Vai até o ministério entregar-se e trocar as informações que puder por sua liberdade, vai registrar-se como uma anímaga. E vai viver de forma correta.”.

“Eu juro. Juro, professora.”

“Muito bem. Então agora, venha comigo.” - a professora lhe estendeu a mão com um sorriso gentil, abraçando-a pelos ombros, enquanto andavam juntas. - “Vou garantir que chegue em segurança até os aurores sem ser atacada por nenhum deles, e vou garantir que tenha um julgamento justo.”

“Obrigada, professora...”

“Não foi nada, Lillian... Não foi nada.”

Quando chegaram até os aurores McGonagall cumpriu sua palavra, entregou Lillian apenas após os votos de que ela seria tratada justamente e libertada após entregar todas as informações possíveis. Lillian concordou e logo apontou todos os nomes de Comensais de sua época, onde estavam escondidos todos os objetos amaldiçoados por ela, e todos os itens que ela criara a pedido de Voldemort. Apontou também todos os esconderijos dos Comensais até mesmo no mundo trouxa. Apontou tudo que sabia e podia. E dessa forma, como McGonagall prometera, recebeu sua liberdade, podendo assim voltar à sua tentativa de voltar à sua vida.

Descobriu que um bruxo de seu ano era perdidamente apaixonado por ela na época e assim, resolveu investigar se ele ainda sentia-se assim.

Ao descobrir que sim, mesmo sem sentir-se muito confortável com a situação, chegou à conclusão de que não deixaria o homem sofrer de um amor não correspondido como ela sofrera. Saiu com ele algumas vezes e logo acabaram casando-se.

Destaque
Categorias

© 2023 por Gi Saggiomo. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Google+ B&W
bottom of page