Cecillia: 6
- Giovanna Saggiomo
- 15 de mai. de 2016
- 2 min de leitura
E então, um gato cinza entrou no píer, observando de forma chocada o casal ali.
“Professora Minerva...?” - a mulher já totalmente ensanguentada por ficar tanto tempo abraçada ao amado observou enquanto o gato tornava-se sua tão conhecida professora de transfiguração.
“Lillian...? Lillian Greenieart? Oh, minha querida, o que foi que você fez?” - A professora correu até o casal e tocou o ombro ensanguentado da bruxa, observando o cadáver de Severus Snape. - “Depois de todos esses anos? Todo esse tempo desaparecida você se dedicou à segui-lo? Assim como fazia na época do colégio?”
“Professora...” - e logo a mulher pôs-se a chorar como uma criança, abraçando com mais força o corpo do amado. - “Eu não consegui... Não consegui não segui-lo... Não consegui me afastar... A vida toda eu achei que se continuasse a segui-lo ele me notaria, me amaria, e no fim... No fim ele passou seus últimos segundos ao lado de Potter... E eu não pude nem me despedir...”.
McGonagall não sabia o que fazer. O que fazer com a mulher que agora chorava como um bebê diante dela? O que fazer em relação àquela Comensal da Morte que ela sabia nunca mais ter lançado um feitiço após seu sétimo ano em Hogwarts.
As duas ouviram os aurores correndo pelas escadas e logo se entreolharam.
“Rápido, Lillian! Esconda-se!” - a professora bradou abanando as mãos na direção da bruxa enquanto olhava pelos vidros quebrados.
“Não! Eu sou uma comensal! Eu fiz péssimas escolhas! Eu o persegui a vida toda, e ele agora está morto! Eu me unirei à ele quando os Dementadores me encontrarem.” - ela olhou à professora com olhos completamente mareados. - “Eu não posso fugir mais!”.
“Mentira! Eu sei que jamais lançaria um feitiço após transformar Severus...”.
“Então você também ficou sabendo...?” - a bruxa perguntou envergonhada.
“Eu sei de tudo. Sei que transfigurou Severus. Sei que é uma anímaga. E sei muito bem que a lontra que passava a noite toda às margens do lago era você.” - ela sorriu para a expressão de desespero da bruxa. - “Sei de tudo... Mas, Lillian, por todo esse tempo? Todo esse tempo você apenas o seguiu assim? Cegamente? Os Comensais eram perigosos! Você nunca pensou nisso?”.
“Pensei, professora.” - admitiu a bruxa, envergonhada de si mesma e de suas escolhas. -”Mas eu... Eu não consegui me afastar... Eu tentei... Tentei evitá-lo, tentei não amá-lo, eu tentei. Eu juro que tentei! Mas a maldição! Ah, professora, a maldição...”.
“Eu entendo. Sei que você deve se esconder...” - ordenou McGonagall. - ”Agora!”
Lillian obedeceu à ordem. Era impossível desobedecer a uma ordem dela, e pior ainda, desobedecer a uma ordem depois de ouvir dela toda a verdade, quando ela mesma nunca tinha parado para encarar isso. Segundos antes dos aurores encontrarem as duas ali ela atirou-se no lago, tornando-se a lontra antes mesmo de penetrar a água.