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Cecillia: 5

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 13 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

E então, chegou o dia do grande ataque à Hogwarts. Lillian havia afastado-se um pouco dos comensais, de forma que sequer uniu-se a eles no dia do grande ataque, a única coisa que fizera fora observar o quanto todas aquelas pessoas que ela observara diariamente buscavam viver.

Assistiu enquanto todos os professores e pais mantinham um cordão branco conectando suas varinhas e o grande campo de proteção que se estendia sobre o castelo, na tentativa vil de tentar proteger não só a si mesmos, mas a seus filhos, parentes, amigos e amados. Assistiu enquanto todos davam o seu melhor naquele fino véu branco que se estendia cada vez mais, como se a própria via láctea descesse do céu para envolver Hogwarts.

E a pior parte, assistiu quando aquele véu partiu-se, permitindo que seus colegas entrassem atirando a esmo contra professores e alunos. Observou enquanto os corpos de diversos trolls e estatuetas caiam contra a água gelada do lago onde ela encontrava-se, procurando com olhos desesperados onde estava o seu amado.

Ela sabia que Snape havia matado o antigo diretor, e sabia que ele era agora o diretor, embora tivesse fugido da professora McGonagall. Ah, a professora McGonagall... Como ela sentia falta de suas aulas e suas conversas, a única grifinória na qual Lillian confiava.

Mas e agora? Onde estaria seu amado? Onde estava Severus Snape?

‘Severus... Severus... Severus... ’

O nome era a única coisa que lhe passava pela mente, ela olhou ao redor, nadou pelo lago todo em busca de respostas até encontrar o lorde e Severus no píer.

Pareciam discutir sobre a lealdade da varinha das varinhas, varinha essa que Lillian sabia pertencer ao antigo diretor de Hogwarts, Albus Dumbledore.

E foi então que seu cérebro acelerou. A varinha pertencia a Albus Dumbledore. Albus Dumbledore estava morto, morto pelas mãos de Severus Snape, e Voldemort queria o poder sobre a varinha das varinhas...

Foi quando o cérebro dela terminou de seguir a ordem dos acontecimentos que Lillian assistiu ao seu pior pesadelo.

“Nagini...” - chamou o Lorde das Trevas, olhando sua gigantesca cobra de estimação. - “Mate.”

‘Nããããããããão!’ o grito soou apenas na mente da bruxa em forma de lontra, de sua boca não saiu som algum enquanto ela observava a maldita cobra matar, impiedosamente o único homem que ela fora capaz de amar.

Quando o Lorde por fim partiu, questão de segundos depois, segundos que pareceram horas para Lillian, Lillian saiu do lago e correu na direção de seu amor. Porém, antes que ela pudesse alcançar o corpo do amado, Potter, Weasley e Granger já estavam ali, forçando a lontra a atirar-se mais uma vez contra o lago.

Ela observou enquanto Severus dedicava seus últimos segundos à Potter, o filho da mulher que ele amara a vida toda, e resolveu esperar. Em silêncio, observou seu amado partir nos braços de Potter e então, somente quando Potter foi embora, ela pôde sair do lago e correr para junto de seu amado, tomando sua forma humana mais uma vez, abraçando o corpo dele e puxando-o para seu colo, chorando em silêncio a sua dor...

Embora tivesse a vontade de gritar e urrar de dor, ela sabia que quanto mais barulho fizesse, mais rápido a achariam, e sabia que quando a achassem, ela teria de se separar do amado.

Era a primeira vez que ela o tinha nos braços, que podia abraçá-lo e beijá-lo, deixar suas mãos e lágrimas rolar pelo rosto de seu amado... Ele parecia tão tranquilo... Será que ele estava com ela? Não devia estar com ela uma vez que ela devia estar com James, mas... E se ele estivesse em seu próprio paraíso?

E então, um sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela chorava.

Não sabia onde ou com quem ele estava... Mas sabia de uma coisa. Desejava com todas as suas forças que ele estivesse feliz...

“Seja feliz, meu amado...” - ela sorriu, abaixando o rosto e encostando a testa com a dele. - “Por favor, ao menos agora, seja feliz.”

E então, enquanto o abraçava e chorava, tocou seus lábios nos lábios gelados dele, já sem vida.

Eram doces. Tinham o sabor da realização, da realização de um sonho. E então, entregou-se à tristeza, voltando a chorar em silêncio, enquanto sentia o corpo do mesmo ficar cada vez mais gelado, e junto, congelar seu próprio coração.

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