Atalho: 23
- Giovanna Saggiomo
- 13 de abr. de 2016
- 4 min de leitura
"Malfoy!" - uma Hermione Granger atônita e um tanto apavorada forçou-se contra o sofá de sua própria casa.
O loiro saíra de dentro da lareira, parando á um passo dela.
"Desculpe-me, Granger. Mas eu não soube a quem mais recorrer..." - ele olhou em volta, esperando que o marido ruivo dela aparecesse para lhe acertar com um feitiço, mas isso não aconteceu. - "Weasley não está em casa...?".
"Não. Ele e Harry estão investigando um assunto para o ministério." - por que ela estava respondendo a pergunta dele? Bem, talvez a imagem que tinha de Draco Malfoy em sua mente houvesse sido alterada ao vê-lo chorar pela trouxa. - "Como está a Emilly...?".
Ele deu um suspiro sofrível e andou até o meio da sala dela, porém, não se aproximou mais que isso.
"Eu... Eu posso me sentar...?" - ele esperou a bruxa morena sinalizar que sim e então se sentou ao lado dela.
Ela usava um robe de seda vermelho com detalhes em dourado, vestimenta tipicamente grifinória, mas que ficava muito bem nela. Ela estava absurdamente bonita... E Draco até mesmo sentira certa atração por ela... Apesar disso, não sentira nenhum impulso sexual ali...
Em outros tempos talvez pudesse culpar o sangue da mesma... Mas até poucas horas atrás ele estava prestes a fazer amor com uma trouxa, então isso com certeza não era o que o estava atrapalhando.
Talvez fosse a aflição ou o nervosismo pela situação em que se encontrava, mas isso nunca o atrapalhara antes... Talvez fosse seu amor por Emilly...
Talvez fosse isso...
"Está muito bonita... Assim." - ele apontou. Com a mão e ao ouvir o rosnado baixo no fundo da garganta dela, resolveu responder sua pergunta. - "Eu descobri o que a estava deixando doente...".
"E o que era...?" - Hermione ignorou o elogio dele, embora parecesse ser sincero.
"Isso." - ele pegou o anel no bolso e estendeu-o na direção dela, porém, antes que ela pudesse pegar da mão dele, ele a afastou.
"Deixe-me ver!" - ela ordenou irritadiça, não gostava de ficar de fora de nada.
"Se você tocá-lo também vai se enfraquecer. É um anel amaldiçoado por uma mulher de minha família. Apenas afeta mulheres... Quanto mais apaixonadas e solitárias estiverem, mais rápido morrem...".
Ele esperou um comentário de Hermione, mas ela parecia muda demais, como se pesasse se tudo o que ele dizia podia mesmo ser verdade. Mas Draco não queria esperar mais, então apenas voltou a jogar as demais informações sobre ela.
"Matilda o criou e disse que não foi nada no anel que impediu o feitiço de Blaise de funcionar... Então... Então... Ela piorou tão rápido depois que eu sumi porque..." - ele parecia incapaz de completar a frase e Hermione imaginou que aquilo deveria ser normal para ele, ainda mais depois de tantos anos sem receber aquilo de mais ninguém além de sua mãe.
"Sim, Draco. Porque ela te ama.". - ela podia ver o pânico nos olhos dele. - "Vai ficar tudo bem, Malfoy...".
"Não vai não... Granger o que vou fazer...?".
Ela parecia não entender a dúvida.
"Oras, vc diz que a ama e a faz a mulher mais feliz do mundo, ainda mais agora que tirou dela o que a fazia doente... Já disse que a ama?".
"Não é esse o problema! E... Se ela não melho...".
Draco foi interrompido por um tapa forte de Hermione em seu rosto. O loiro já havia levantado e puxado a varinha do bolso quando a morena continuou calmamente.
"Você fez uma escolha. Você escolheu amá-la. Escolheu dar o melhor de si por ela. E o fez. Você a salvou ao tirar esse anel dela. Agora está tudo bem." - a voz dela era calma. - "Ela vai ficar bem, Malfoy. Agora ela só precisa de você.".
Ele guardou a varinha e andou um pouco de um lado para o outro.
"Mas eu fui um grosso... Quando vi o anel, eu nem pensei... Eu gritei com ela e a deixei lá... Sozinha na ca...".
Ele se calou, mas não a tempo suficiente para que Hermione não entendesse o que ele quisera dizer.
"Bem, você salvou a vida dela agindo assim, ela pode ficar um pouco magoada, mas vai passar... Basta você conversar com ela...”.
"Está bem..." - ele mordeu o interior dos lábios por um instante, depois andando até próximo da lareira. - "Muito obrigado, Granger.".
"Malfoy?" - Hermione esperou que ele se virasse para ela. - "Pode me chamar de Hermione.”.
O loiro estranhou um pouco a idéia... Ele chamar a sangue-ruim grifinória pelo nome? Bem, não era como se ela não merecesse isso... Ele apenas não sabia se ele poderia se dar àquele tipo de intimidade com ela.
"Certo... Obrigado, Hermione." - com um pouco de esforço o nome saiu.
"Não foi nada, Draco... Agora vá para casa que já está tarde e tenho certeza que ela ainda deve estar esperando por você.".
O bruxo loiro deu um aceno de cabeça em agradecimento e respeito... Ele fora de fato muito injusto com a bruxa que agora havia sido a melhor das conselheiras para com ele... Ele precisava agradecê-la de alguma outra forma depois... Mas pensaria nisso outra hora.
Entrou na lareira e deixou as chamas verdes da rede de flu lhe engolirem.
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