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Atalho: 22

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 11 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

"Pois nã..." - a voz da bruxa havia surgido inicialmente com um tom irônico, talvez ela pretendesse zombar da incapacidade de Draco de fazer a trouxa sofrer, mas quando viu o anel em suas mãos, pareceu ficar em choque. - "Onde o encontrou?".

O choque nos olhos dela deixou Draco ainda mais nervoso. O que poderia aquele anel fazer para que até mesmo a própria criadora dele ficasse tão incomodada em vê-lo?

"Não interessa. O que ele faz...?" - ele conseguira tirar forças sabe-se-lá de onde. - "E não adianta tentar me enganar!".

Matilda pareceu pensar se aceitava contar à ele a verdade ou se levava o segredo do anel para a lareira, onde com certeza seu quadro iria parar se ele não respondesse o loiro.

Apesar da vontade de deixar que Draco pagasse por sua língua, ela não queria abandonar a mansão. E por isso acabou cedendo.

"O anel mata a usuária." - ela esperou um segundo e seguiu. - "Eu o enfeiticei de forma que quanto mais a pessoa esteja perdidamente apaixonada... Mais rapidamente ela morre...".

Seria por isso que Emilly ficara tão mal...?

Não, claro que não! Ela o havia esquecido! Ela não podia estar doente devido ao feitiço de Matilda uma vez que ela não se lembrava dele... Não é?

"O anel impede feitiços que possam apaziguar a dor do amor...?" - ele perguntou, imaginando se fora por isso que o obliviate de Blaise não funcionara.

"Eu não sei...”.

"Como não sabe?" - o loiro agora elevava sua voz.

"Argh. Não coloquei nada desse gênero nele. Então eu imagino que não." - a bruxa no quadro soltou um sibilo descontente. - "Para quê todas essas perguntas?".

O loiro virou as costas ignorando a pergunta dela, correu até a mesa de canto próxima do sofá e escreveu rapidamente um recado chamando Blaise.

Não sabia o que fazer, ou o que pensar.

A trouxa estava morrendo de um objeto amaldiçoado por sua família. Ela esteve morrendo ainda mais rapidamente porque não o esquecera quando Blaise a havia enfeitiçado. Pq o amava.

Pq estava apaixonada por ele... Perdidamente apaixonada... E isso a estava matando.

Ao terminar de escrever o recado podia sentir o próprio coração batendo em sua garganta... Só Blaise não seria capaz de ajudar... Ele precisava de uma opinião feminina...

Mas a quem pediria? Sua mãe expulsaria a trouxa, e qualquer outra mulher de sua família também o faria... Blaise não tinha uma namorada... E Pansy...

Bem, Pansy também era perdidamente apaixonada por ele... Ele sabia disso quando a levou para cama diversas vezes apenas por necessidade por sexo.

Ele não vira aquilo como errado, uma vez que ele sabia que Pansy topava aquilo para tentar seduzi-lo... Para tentar prendê-lo à ela...

Blaise o havia avisado disso... Blaise havia lhe dito que Pansy o amava. Que ela faria qualquer coisa para tornar-se insubstituível para ele... Qualquer coisa que ele quisesse... Mas que ele não deveria usá-la.

Obviamente o loiro não lhe dera ouvidos. Durante uma festa com os antigos colegas sonserinos ele havia chamado Pansy para que o acompanhasse.

Ela o encontrou em sua casa, e atrasaram-se para a festa "aproveitando melhor" o tempo... Acontece que Astoria estava na festa... E claro, Draco sempre tivera olhos especiais para ela...

Ele deixara Pansy lá com Blaise e fora embora com Astoria... A noite fora boa e eles até havia "namorado" por um tempo... Mas não dera certo... Draco não nascera para ser de uma mulher só.

E agora pensando sobre isso... O que o fizera pensar que poderia estar com Emilly sem magoá-la como fizera com as outras?

Talvez o fato de que ele agora se importaria com isso...

Ele não se importara ao ferir e perder Astoria, Pansy e tantas outras mulheres que ele sequer se lembrava do nome... Mas partir Emilly o partiria também...

Não, não podia fazer aquilo...

Ele rasgou o bilhete e amassou-o, metendo a folha dentro do bolso, furiosamente, sentindo o suor frio de terror escorrer por sua nuca e em seguida suas costas.

Era errado ter a trouxa ali. Era errado amá-la. Era errado possui-la. Era errado prendê-la a ele...

Ele estava errado... Terrivelmente errado. E só havia uma pessoa que estava sempre certa...

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