Atalho: 17

O beijo foi interrompido quando ambos ouviram um estalar de brasa alto, e em seguida, os quadros pareciam causar um reboliço.

"Senhor Zabini!" -eles podiam ouvir um quadro gritar na direção do jovem que parecia carregar um grande malão. - "Morara com a trouxa também?". "Não creio que Draco gostará de ouvir você chamando-a dessa forma, Matilda." - o jovem agora saia de perto da lareira, encostando o malão em um dos sofás da sala de estar. "Aquele... Ele ameaçou nos despedaçar!".

Blaise riu da expressão desesperada dos quadros. Será que eles esperavam que ele argumentasse com Draco em sua defesa? Bem, era bem verdade que se ele quisesse, e se não se tratasse de Emilly, talvez ele conseguisse convencer o melhor amigo a não fazer isso com os quadros. Mas, levando em conta que tratava-se de Emilly, nem ele conseguiria convencê-lo ao contrário.

"E você em breve será a primeira para servir de exemplo para os demais, Matilda!" - o loiro agora chegava na sala, seguido de perto por uma Emilly corada. "Se-senhor Malfoy! Me perdoe, é apenas o hábito!" - a bruxa no quadro jogou-se em desculpas entediantes, ao menos, para Emilly.

A trouxa agora sorria e acenava para Blaise, correndo até ele e lhe dando um abraço. A bruxa no quadro que se defendia olhava a cena completamente atônita e desgostosa. Parecia não acreditar como dois sonserinos sangue-puros podiam deixar que aquela criatura vil lhes tocasse. E pior ainda! Pareciam ambos apaixonados por algo em sua ordinária existência! Era bem verdade que a jovem era uma mulher até que aceitável. Se fosse uma bruxa sangue-puro seria com certeza uma das mais belas. Os cabelos castanhos arruivados, os olhos azuis esverdeados, a pele de aparência pura e delicada, as formas bem delineadas no corpo baixo sem ser troncudo. A forma como os vestidos verdes lhe caiam sempre bem ao entrar em contraste com suas cores. Porém, se era sangue-puro em algo era apenas em ser uma trouxa! E isso era inaceitável! Draco pareceu vibrar de ciúmes ao ver sua garota correndo para abraçar o outro, porém, tentou disfarçar, a bruxa no quadro, porém, pareceu notar.

"Que é isso, Blaise?" - a trouxa agora o soltava e olhava curiosamente na direção da mala. "Que curiosa! Vejo que já está melhor." - ele sorriu ao ver a jovem corar diante dele, porém, seguiu sem esperar mais reações dela. - "São algumas de suas coisas. Eu fui até sua casa e pedi que sua mãe separasse." - ele notou a expressão preocupada dela. - "Disse que estaria fazendo um tratamento gratuito alternativo fora do país e que precisaria apenas de suas coisas mais importantes. Ela concordou e disse que o que fosse melhor para você estaria bom para ela. Pediu apenas para que entrasse em contato se fosse possível." - a jovem mordeu levemente os lábios, parecendo incerta se poderia ou não. - "Eu disse que não teríamos telefones pois é um tratamento de relaxamento, mas que você poderia enviar cartas.".

Emilly olhou na direção de Draco, como se esperasse uma confirmação de que aquilo estava correto. Quando o loiro fez que sim com a cabeça a mesma deu alguns saltinhos de felicidade e abraçou o moreno mais uma vez. Blaise retribuiu seu abraço com um sorriso no rosto, e ao ver a expressão enciumada do loiro, pareceu divertir-se ainda mais com a cena.

"Hey! Quem vai enviar as cartas sou eu!" - o loiro reclamou desgostoso, agora andando para mais junto dos outros dois.

A bruxa no quadro parecia planejar algo, uma vez que seu sorriso não fraquejava. Mesmo quando a trouxa largou o moreno e correu para os braços do loiro, cobrindo-o de beijos. Ela tinha já uma idéia do que faria para se livrar daquela trouxa, e aparentemente, seria ainda mais fácil do que ela poderia ter imaginado. Muito mais fácil...

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