Atalho: 14
- Giovanna Saggiomo
- 25 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
O hall de entrada, onde estavam agora era muito amplo e bonito. Tudo obedecia a um rígido estilo rústico e, embora aquela decoração fosse normalmente assustá-la, ela sentia um clima gostoso na casa. Porém, quando eles chegaram ao meio da sala aquela sensação gostosa se desfez.
"Trouxaaaa! Trouxa na mansão Malfoy! Trouxaaaa!" - um dos quadros gritava apontando para a mesma.
Ela já lera sobre a vida dos quadros, fotos e pinturas ali, mas aquilo a deixava receosa. Era como assistir uma televisão, porém uma televisão em tempo real, que agora apontava e gritava para ela como se ela fosse algum tipo de monstro. E talvez fosse. Pelo desespero do quadro ela deveria ser a primeira trouxa a entrar ali desde... Sempre? Ela encolheu-se um pouco contra o peito forte de Draco Malfoy, e ele a envolveu com mais força, agora encarando o quadro furiosamente.
"Calem-se todos vocês!" - o berro calou os quadros momentaneamente. - "Esta será a nova senhora dessa casa, quer queiram, quer não!". "Louco!" -um bruxo loiro de cabelos curtos e diversas rugas gritava contra o mesmo. - "Seu moleque acéfalo! O que acha que somos? A Lufa-Lufa?". "Esse estúpido puxou a insanidade dos Black!". - uma bruxa loira de expressões malignamente belas os encarava. - "Por que não trás logo uma grifinória sangue-ruim para casa?". "Eu disse para Lucius que Narcissa seria problema ela e seus genes ruins!". "Calem a boca agora ou irei rasgar todos vocês!" - os quadros calaram-se com a ameaça de Draco. "Tolice. Ele jamais desonraria seus ancestrais dessa forma." "A desonra aqui são vocês." - ele rosnou baixo, apertando mais Emilly contra o peito. - "Essa casa é minha, quem manda nela sou eu. E se desrespeitarem minhas ordens serão rasgados, fui claro?".
Os quadros se entreolharam, pareciam medir o quanto daquelas palavras eram de fato reais, porém, pelo olhar frio de Draco, acredito que viram que todas elas eram 100% verdadeiras. Draco apertava Emilly contra o peito, acolhendo seu corpo pequeno e delicado, parecia querer protegê-la de todos aqueles xingamentos. Por um segundo sentiu-se enjoado. Pensar que um dia fizera o mesmo contra Granger, a única que seria louca o suficiente para ajudá-lo o fez sentir-se culpado. Porém a culpa logo passou quando os quadros voltaram a falar.
"Perdoe-nos pela indelicadeza, senhorita." - o quadro que falava agora era um homem baixo de semblante quase cadavérico, porém, sua voz parecia sincera. - "Seja bem-vinda à mansão Malfoy.". “O-obrigada." - era a primeira vez que se pronunciava aos quadros, porém, eles pareceram encantar-se com a doçura de sua voz. Uma sonserina já teria Sectumsemprizado um deles, porém a jovem parecia usar de toda sua educação para respondê-los de forma doce. - "Meu nome é Emilly. É um prazer senhores Malfoy.".
A fúria nos quadros masculinos logo se amenizou, as mulheres, porém a olhavam com desconfiança.
"Assim está melhor." - concluiu Draco, logo acenando com a cabeça para os quadros. - "Avisem os outros de como esse acordo vai funcionar. Não quero ter de falar de novo.".
O mesmo homem que cumprimentara Emilly agora saíra andando pelos demais quadros, subindo as escadas enquanto eles podiam ouvir reclamações dos demais. Draco agora os ignorava, dando um beijo sobre a testa dela.
"Você está bem? Desculpe-me, devia saber que essa seria a reação deles... Afinal você é a primeira a entrar aqui sem ser, bruxa e sangue-puro...".
Ele desviou o olhar um pouco sem-jeito, agira por impulso obedecendo ao plano de Hermione, e agora sequer sabia o que diria á mãe se a mesma voltasse, embora o mais provável é que ela não voltasse.
"Ah... Não tem problema... É normal eu acho... Eles não me conhecem, e bem... De certa forma, eles não estão acostumados a lidar com gente, bem, como eu...".
A doçura da jovem pareceu derreter o coração dele, o suficiente para ele esquecer-se dos problemas com os quadros ou possivelmente com a mãe. Ele esperou que o escândalo no corredor parasse e carregou-a no colo escadas a cima. O olhar da maioria dos quadros era frio, quase assassino e isso fez com que a jovem buscasse abrigo no peito do loiro. Quando por fim entraram numa porta ao fim da escada, ela respirou fundo. Nenhum quadro.
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