Atalho: 8
- Giovanna Saggiomo
- 14 de mar. de 2016
- 5 min de leitura
Hermione Granger estava sentada em sua sala no ministério. A parte de legislação não era apenas mais chata do que ela imaginara, era também muito, mas muito mais enrolada e complexa.
Talvez ela devesse ter ouvido Harry ou Ron, quando sugeriram que ela devesse deixar de lado o direito dos elfos e dedicar-se a buscar uma carreira mais ativa.
Eles haviam sugerido que ela se unisse a eles e se tornasse uma aurora, ou que se tornasse parte da equipe médica do St. Mungus, mas, ela resolvera ignorá-los. Agora, estava arrependida como nunca.
Não havia emoção alguma ali em seu escritório. Nenhum sinal de vida, nem mesmo nela. Ela lia e respondia às cartas cheias de duvidas sobre os novos direitos dos elfos de alguns bruxos confusos e era só isso que fazia o dia todo.
Não é que o sonho de sua vida fosse se envolver em grandes aventuras, mas, após a busca das Horcruxes e a Grande Batalha de Hogwarts era tedioso demais ficar ali, sentada, escrevendo e escrevendo.
Ela estava no meio de um bocejo entediado quando a porta de seu escritório fora aberta bruscamente e Draco Malfoy e Blaise Zabini entraram.
“Malfoy! Zabini! O que querem aqui?” – a mudança de ares para algo um pouco mais agitado seria maravilhosa, não fosse feita justamente por seu maior pesadelo e o melhor amigo dele. – “Saiam já, ou chamarei os aurores!”.
“Acalme-se, Granger, por Merlin.” – Draco lhe respondeu mal-humorado, fechando a porta ao entrar. – “Não precisa se esconder atrás do Potter e do seu namoradinho. Não viemos aqui para te estuprar!”.
Hermione Granger havia se levantado e começado a escrever o recado chamando os demais, especialmente depois da forma esnobe e deseducada com a qual ele falara.
“Espere, espere, Hermione, por favor.” – Blaise tomara a frente, empurrando Draco para trás.
Hermione parou de escrever o bilhete, mas, não o jogou fora, deixou-o num local de fácil acesso em caso de emergência. Embora Zabini sempre houvesse sido um sonserino bastante educado, ao menos, para um sonserino, Hermione não confiava nele.
“Draco precisa falar com você... Por favor, escute-o. É importante.” – Blaise então saiu da frente de Draco, que agora, parecia mais controlado.
“Me desculpe, Granger.” – ele pediu rangendo os dentes, era claramente uma atitude que ele não costumava ter. – “Escute, eu sei que nunca mereci nada de você, nem compaixão e nem que me escutasse, mas, eu preciso que você permita que eu traga uma trouxa para nosso mundo.”.
“O que?” – Malfoy não podia estar falando sério... Ele esperava mesmo que ela concordasse com isso? – “Para quê? Para ter um novo bichinho de estimação? Se eu estou lutando para libertar os elfos eu com certeza não permitiria o aprisionamento de trouxas!”.
“Não, não... Não quero aprisionar ninguém!” – ele parecia um tanto quanto desesperado , começando a gesticular com as mãos para impedir que ela os expulsasse dali. – “Ela está morrendo e eu gostaria de cuidar dela! De tentar salvá-la.”.
“Salvá-la? E como pretende fazer isso, Malfoy? Levando uma trouxa inofensiva para aquele ninho de cobras que você chama de lar? Ou...”.
“Cale-se, Granger!” – o grito dele foi grosseiro e ríspido, porém, ele não a chamara de sangue-ruim, o que foi realmente uma surpresa para ela. – “Eu a amo, sua doente! Eu a amo e ela está morrendo! Eu quero tentar salvá-la, mas, caso não consiga eu quero fazê-la feliz em seus últimos dias de vida! Está satisfeita agora com as respostas?”.
Hermione calou-se por um momento, sem acreditar em seus olhos ou seus ouvidos. Ela tinha agora diante de si um Draco Malfoy à beira das lágrimas porque a trouxa que ele amava estava morrendo?
O que estava acontecendo?
Antes ele sequer podia ficar no mesmo ambiente que ela sem chama-la de sangue-ruim, e agora... Estava apaixonado por uma trouxa. Como isso havia acontecido?
“Como foi conhecer, aliás, como foi apaixonar-se por uma trouxa, Malfoy?” – ela agora parecia receosa que esse fosse algum tipo de truque.
“Não podemos...” – Blaise começou a responder, mas, foi cortado pelo loiro.
“Se eu responder todas as suas perguntas... Promete me dar a permissão necessária para trazê-la?”– o loiro parecia determinado.
“Eu não prometo lhe dar a permissão... Mas, eu prometo que lhe darei a oportunidade de me provar que precisa mesmo disso.”.
“Feito.” – não era bem o que Draco queria, mas, aparentemente era o melhor que conseguiria para fazer Emilly feliz. – “Minha mãe pediu que fôssemos até um bairro trouxa recuperar uma antiga jóia da família perdida a algumas gerações... Não, eu acho que a pedra não tem nenhum tipo de poder ou qualquer coisa assim. Acho que era apenas uma jóia da família.” – ele sabia bem o que Granger iria perguntar quando ela abriu os lábios. – “Durante a busca uma trouxa apareceu e achamos ser um bruxo então...”.
“Usaram magia nela?”.
“Sim... Mas foi apenas um Wingardium Leviosa! Nada demais!” – Blaise defendeu-se ao fundo. – “Acontece que ela conhecia diversos feitiços e sabia fatos pessoais sobre nós. Principalmente sobre Draco.”.
“Hm... Continue...” – Hermione parecia curiosa enquanto ouvia a história.
“Então ela me beijou.” – Draco desviou o olhar para continuar a história. – “E, bem... Assim começou tudo... Nos encontramos com ela mais uma vez e a salvamos de alguns bêbado que queriam estupra-la...” - ele ignorou a engolida em seco de Hermione. – “Nós a levamos para a casa dele e, bem... Acho que você sabe como as pessoas se apaixonam...”.
“Sim, sei sim.”.
“Sabíamos que não poderíamos continuar a encontrando e resolvemos partir...” – Blaise suspirou fundo. – “Mas ela não quis aceitar... Então eu... Lancei um Obliviate nela... E por algum tempo ela estava ótima!”.
“Mas na semana passada eu senti... Senti que ela estava em perigo assim como eu senti da outra vez... E fomos ver se era apenas uma impressão...” – ele respirou fundo. – “Não era, ela estava desmaiada e agora está no hospital... Ela está fraca e frágil e quando fomos vê-la, ela teve uma...” – ele pareceu parar para pensar. – “Parada Cardíaca.”.
“Vocês foram vê-la? E ela viu vocês?” – eles fizeram que sim com a cabeça. – “E qual foi a reação dela?”.
“Ela nos reconheceu... Imediatamente.”.
...
O silêncio tomou o escritório por alguns instantes, após isso, Hemione voltou a falar.
Eu irei com vocês visita-la no hospital. E se eu acreditar que trazê-la para cá a fará mais saudável, ou feliz... Eu concederei a licença.
Os dois se entreolharam e sorriram, batendo as palmas da mão no ar em sinal de comemoração.
Draco caminhou até junto da mesa de Hermione e curvou um pouco o corpo em sinal de respeito.
“Muito Obrigado, Granger. Muito obrigado mesmo.”.
...
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