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Atalho: 4

  • Foto do escritor: Giovanna Saggiomo
    Giovanna Saggiomo
  • 7 de mar. de 2016
  • 10 min de leitura

Acordou com batidas na porta. Suaves, mas, ainda assim, um tanto quanto impacientes...

Emilly levantou-se rapidamente e abriu a porta, diante dela estavam um Draco Malfoy aparentemente desconcertado, e um Blaise completamente sorridente.

Ambos usavam roupas bastante formais e pareciam carregar algo em suas costas.

“Olá...” – Emilly sorriu de forma ainda um pouco cansada, mas mantinha uma expressão angelical. – “É bom ve-“.

Antes que ela pudesse terminar de falar Draco Malfoy largara algo no chão e a abraçara.

Emilly ficou completamente imóvel por alguns segundos, sentindo que, aparentemente, aquilo era real, e então, após convencer-se, abraçou-o de volta, encostando melhor o rosto contra o peito dele, uma vez que era bem mais baixa que ele.

Blaise pegou a embalagem que Draco havia deixado no chão e ajeitou-a nos braços junto da embalagem que ele mesmo já estava carregando. Sorriu para os dois.

“Me desculpem atrapalhar, mas... Está pesado aqui...” – Blaise sorriu com o furioso olhar que, não só Draco, mas também Emilly, haviam lhe lançado.

Os três entraram na casa e Emilly guiou-os até a cozinha. Blaise depositou na mesa o pacote de Draco e entregou o que ele carregava até Emilly.

“É um presente de desejos de melhoras.” – ele explicou com um sorriso amável nos lábios.

“Ah, imagine, Blaise... Não precisava...” – ela aceitou o presente sem jeito, pegando o pacote que era bastante macio e leve.

“Depois você me recompensa.” – ele concluiu brincando, com um sorriso leve. – “Afinal, você ainda não me pagou meu beijinho!”.

“Nem pense nisso, Zabini!” – Draco interveio aparentemente caindo na provocação de Blaise novamente.

Eles começaram a discutir enquanto Emilly se dedicava a abrir o presente, vez ou outra rindo das provocações de Blaise.

Blaise era assim... Seu jeito sempre alegre e palhaço sempre fazia Emilly rir, afastava suas tristezas e seu medo, e junto dele, ela acreditava que tudo ficaria bem, mesmo que não parecesse no momento, ela acreditava que tudo ficaria bem.

Ao abrir o presente, ela puxou para fora da embalagem uma pequena cobra de pelúcia. Era verde e carregava um pequeno medalhão no pescoço.

“É o medalhão da Sonserina” – explicou Blaise . Apontando para a pequena cobra.

“O animal que representa a Sonserina é uma cobra, não é?” – Emilly perguntou sorrindo.

“Sim.” – Blaise respondeu sorrindo. – “Eu queria lhe dar algo... Único...”.

Emilly sorriu de volta, e agradeceu, abraçando a pequenina cobra, porém, Draco arrancou a mesma dos braços dela de forma mal-humorada.

“Heeeeeey...”.

“Abra o meu agora...” – Draco reclamou sem conseguir olhar para Emilly, deixando a cobra de pelúcia de lado.

Emilly sentou-se numa das cadeiras da mesa da cozinha e começou a abrir a embalagem maior, Blaise ria das caretas que Draco fazia ao mesmo devido ao presente que ele dera à Emilly.

Após desatar o grande laço no topo da embalagem as laterais da mesma caíram para os lados, revelando uma grande cesta, possuía diversas caixas de bombons, de todas as cores e sabores possíveis, também algumas barras de chocolate e alguns doces, no centro dela, um grande ursinho de pelúcia branco com olhos cinzas e um laço azul no pescoço.

Emilly puxou-o do meio dos doces e abraçou-o amorosamente, aspirando dele o perfume de Draco.

“Foi você quem escolheu, não...?” – ela perguntou de forma dengosa.

“Foi sim...” – Draco respondeu desviando os olhos, aparentemente sem jeito. – “Como sabe?”.

“Ainda tem o seu perfume...”.

Draco Malfoy desviou o olhar.

Blaise ria da expressão amorosa de Emilly abraçada ao urso e da cara de desgosto de Draco.

“Hunf... Bom... Que bom que gostou...”.

Emilly sorriu e sentou o ursinho sobre a mesa da cozinha, logo abraçando Draco com força e apoiando o rosto contra o peito dele.

Blaise dedicou-se a retirar os doces da cesta e arrumá-los, enquanto esperava que eles terminassem para então conversarem todos.

“Sua idiota...” – Draco começou, abraçando a trouxa. – “Eu fiquei preocupado... Sabe o quanto foi insuportável ter de entregar você para sua mãe e ter de esperar o dia seguinte para saber se você estava bem?”.

“Me desculpe... Eu não queria desma-“

“Não estou falando disso!” – Draco a interrompeu afastando-a de seu próprio corpo para poder olhá-la nos olhos verde-água. – “Estou falando de ficar passando por aquele mausoléu! É perigoso! Mesmo de manhã! Por Merlin!”.

“Mas, mas...”.

“Não volte mais lá!” – a voz dele saíra um pouco mais mandona do que ele desejava, deixando-o sem jeito. – “Quer dizer... Por favor...”.

“Eu...”

“Por favor, Em...” – Blaise resolvera meter-se, agora que o clima romântico havia ficado um pouco de lado. – “Dessa vez nós aparecemos na hora, mas... E se tivéssemos chegado um pouco mais tarde?” – ele suspirou. – “Nós infelizmente sabemos o que provavelmente aconteceria... Então, por favor, não dê chances ao azar...”.

Emilly mordeu os lábios. Não pretendia voltar mais lá, ela mesma não se sentia confiante o suficiente para isso, mas, o motivo de ter voltado lá tantas vezes, todos os dias foi apenas para tentar encontra-los...

“Eu sinto muito.” – após nenhuma reclamação ela continuou. – “Eu não quis ficar lá até tão tarde... Eu me distraí... Acabei me perdendo nos meus pensamentos, e...”.

“E no que você estava pensando?” – Draco ainda parecia furioso.

“Em você! Se você era real! Se você não tinha encontrado alguma bruxa espetacular e me esquecido!” – ela olhou-o com uma expressão brava – “Vocês demoraram tanto para voltar que eu havia até me esquecido de qual era o sabor do seu beijo!”.

Draco Malfoy sustentava uma expressão curiosa agora. Era uma mistura de fúria, provavelmente pela mesma ter gritado com ele, e também por ter se esquecido de como era o seu beijo, e também de choque pelo fato de ela ter chegado a imaginar que ele poderia ter a esquecido e...

Tomado pela fúria de ela ter esquecido como era seu beijo, Draco Malfoy puxou-a pelo punho de forma possessiva, e começou a beijá-la. De uma forma possessiva, furiosa, dominante. Uma forma tão diferente que fez com que Emilly derretesse por dentro, apoiando o corpo junto do dele enquanto retribuía o beijo do mesmo de forma completamente entregue e submissa.

Ao fim do beijo, Draco a manteve de pé, abraçada a ele com um dos braços e com a mão livre manteve o rosto dela levantado, para que ela pudesse olhá-lo nos olhos.

“É esse o sabor. Não se esqueça dele mais.” – a fúria dele parecia estar passando agora que ela parecia mais submissa ao mesmo. – “E me prometa que não vai mais voltar lá!”.

Emilly fez que sim com a cabeça, apoiando o corpo ao dele de forma fraca.

“Eu prometo. Juro que não volto mais lá se vocês prometerem que apareceram aqui eventualmente para me ver...”.

Os bruxos se entreolharam e suspiraram de forma desconfortável.

“Emilly, nós...” – Draco começou, mas, não sabia continuar, deixou que Blaise continuasse.

“Nós viemos ver se você estava melhor e... Darmos adeus...”.

“O quê? Por quê?” – ela parecia chocada, olhando de Blaise para Draco e vice-versa.

“Nós já nos expusemos demais... Em, você pode não entender, mas...” – Blaise respirou fundo, detestava ver aquela expressão de coração partido nos olhos da trouxa. – “Em, por Merlin, por favor, me perdoe, mas, não podemos mais continuar as visitas, elas são perigosas demais...”.

“Nós já colocamos você em perigo demais, e nós mesmos! Se o ministério vem até aqui, nós nem sabemos o que pode acontecer...” – Draco abraçou-a mais fortemente. – “Me perdoe, mas é para seu próprio bem.”.

“Não! Draco... Blaise...” – ela olhou para Blaise e depois para Draco, com os olhos cheios de lágrimas. – “Vocês dois são...”.

Draco observou enquanto as lágrimas e os soluços interrompiam as frases furiosas dela, partindo o coração do mesmo. Como podia ele abandonar a única mulher que havia tido coragem de encará-lo... Quer dizer, com exceção de Granger. Além do mais, era uma trouxa.

Uma trouxa que o encarou corajosamente apenas para provar para ela mesma que não estava ficando louca.

Blaise observou enquanto a jovem mais brava que ele conhecia, bruxa ou não, desfazia-se em lágrimas.

“Draco, posso falar com você?” – Blaise tocou o ombro do amigo de forma leve. Sua expressão deixava clara o quanto ele mesmo tinha o coração partido por ver a situação da trouxa.

“Eu já volto, okay?” – Draco começou a soltar o corpo de Emilly mas, ela abraçou-o com mais força. – “Eu juro que volto.”.

Emilly olhou nos olhos dele e então o soltou, sentando-se numa das cadeiras e observando os doces.

Blaise e Draco foram até a sala e pararam próximos da janela principal.

“Abaffiato.” – sussurrou Blaise antes de voltar os olhos para Draco, sabia que se a trouxa ouvisse o feitiço ela ficaria ainda mais curiosa. – “Draco... Não podemos ir embora...”.

“Precisamos ir embora. Você sabe.” – O loiro arrumou o cabelo para trás com uma de suas mãos grandes. – “Eu não quero coloca-la em risco. Blaise, imagine o que aqueles bêbados fariam a ela se nós não tivéssemos chegado à tempo...”.

“Mas chegamos. E foi graças a você. Você sentiu que ela estava em perigo!”

“É, senti! Mas eu sequer sei o porquê! E nem sei o quê eu senti!” – ele parecia ainda mais furioso e frustrado. – “E pior ainda! Eu não sei se vou sentir isso toda vez que ela se colocar em perigo... E não bastasse isso! Você sabe o que fariam se a descobrissem!”.

“O ministério...”

“O ministério seria o menor de nossos problemas! Imagine o que os comensais foragidos fariam se a descobrissem! Eles a matariam... Ou pior ainda para se vingarem de mim e de minha família!”. – Draco descontrolou-se por um segundo, pensando o quanto os comensais podiam ser ainda piores do que os bêbados. Em sua mente viu claramente Emilly se contorcendo no chão ao ser atacada por diversos comensais... Ouviu os diversos gritos de “Cruciatus” enquanto ela se contorcia ainda mais.

“Tem razão...” – Blaise concordou, parecendo ver pelos olhos de Draco a cena terrível, o que lhe deu arrepios. – “Mas ela não vai simplesmente... Esquecer... Você.”.

“Esquecer...” – Draco pareceu ver a luz quando olhou para Blaise um pouco mais animado.

“Não... Não, Draco... Não posso fazer isso!”

“É o único jeito de salvá-la, Blaise...”.

Blaise respirou fundo e concordou com a cabeça, desfazendo o feitiço enquanto ambos voltavam para a cozinha. Encontraram Emilly comendo uma das menores barras de chocolate e com uma expressão triste, um pequeno sorriso de esperança se formou em seus lábios ao vê-los voltar...

“Pensei que não fossem voltar...” – admitiu ela de forma tristonha.

“Mas voltamos...” – Draco tentou animá-la um pouco. – “E, pensamos numa forma de não termos de ir... Mas é importante que você me prometa algumas coisas...”.

“Qualquer coisa para vê-los de novo.”.

A conclusão dela fizera ambos engolirem em seco.

“Prometa-me que não vai nunca mais passar por aquele mausoléu. Mesmo que esteja atrasada.” – Draco agora a encarava nos olhos, sentindo-se um monstro por aquilo, mas, precisava fazê-lo.

“Eu prometo.”.

“Prometa-me também que não vai ficar nas ruas após anoitecer, por favor...”.

“Prometo.”.

“E, Em... Por favor, prometa que vai se cuidar, certo?” – Blaise interrompeu, olhando-a com seus olhos doces.

“Isso está parecendo uma despedida...”.

“Não, nunca! – corrigiu Draco, a abraçando mais fortemente. – “Apenas estamos preocupados com você.”.

“Está bem...” – ela concordou um pouco descontente, um sexto sentido gritava por trás de suas orelhas, a avisando de que algo estava errado, mas, ela confiava neles. – “Draco...?”.

“Sim...?”.

“Eu te amo...” – ela soltou um suspiro, baixando os olhos ao ver o choque nos olhos do loiro. – “Não precisa me responder nada agora... Eu só queria que você soubesse...”.

Draco desviou os olhos da trouxa em seus braços, olhando para Blaise com uma expressão desesperada. Seu coração estava disparado, e ele temeu que ela pudesse ouvi-lo.

Blaise retribuiu o olhar dele da mesma forma desesperada e desconcertada. Não sabia o que fazer.

O silêncio foi quebrado quando Emilly bocejou baixinho, algo que seria imperceptível se eles não estivessem em um silêncio tão mórbido.

“Quer deitar?” – Draco riu com a expressão de pânico que Emilly lhe lançou. – “Estou falando de apenas deitar no sofá, sua boba! Não pense besteiras de mim!”.

“Em acha que Draco é um pervertido...” – Blaise cantarolou em meio aos risos.

“Ah, cale a boca você também...” – Draco reclamou olhando de forma aliviada por Blaise ter quebrado o clima difícil.

“Está bem... Ahn... Se vamos todos para o sofá...”.

Ela respondeu desconsertadamente.

Draco sentou-se numa das pontas do sofá e Blaise sentou-se em uma das poltronas.

“Não vai sentar-se conosco, Blaise?” – Emilly perguntou sentando-se ao lado de Draco.

“Não, Em...” – ele sorriu de forma doce. – “Eu estou bem aqui...”.

“Vem cá...” – Draco passou os braços por cima dos ombros dela e puxou-a de forma a encostar a cabeça dela contra o próprio ombro. – “Pode acomodar-se como achar melhor... Vou estar aqui para te fazer cafunés.”.

“Vai estar aqui quando eu acordar...?”.

“Claro...” – ele suspirou de forma desajeitada.

Emilly encolheu-se bem junto dele e fechou os olhos enquanto recebia cafuné. Aos poucos foi se sentindo cada vez mais cansada, mais cansada... Mais...

E então, adormeceu...

...

“Draco...?” – chamou Blaise aos sussurros.

“Ela adormeceu...?”

“Sim...” – Blaise então se levantou, puxando a varinha de dentro do bolso. –“Levicorpus!” – e então ele levitou o corpo de Emilly o suficiente para que Draco pudesse se levantar.

“É agora...” – Draco acariciou os cabelos de Emilly após Blaise coloca-la no sofá. – “Vamos terminar logo com isso...”.

“Obliviate...” – ambos observaram enquanto Emilly se esquecia deles completamente. – Você podia ter dito que a amava também, Draco...

“De que ia adiantar?” – ele observou a jovem adormecida com uma expressão triste. – “Ela não ia se lembrar disso mesmo...”.

Levitaram Emilly até sua cama e a deitaram lá.

“Vamos, temos de escrever um cartão falso, Blaise...”.

“Vá indo na frente, Draco...” – ele disse enquanto arrumava-a melhor na cama e guardava sua varinha.

“Está bem... Encontro-te lá embaixo.” – ele sorriu e saiu do quarto de Emilly descendo as escadas.

Blaise foi até a cama de Emilly e cobriu-a com o lençol, observando o quanto ela dormia pesadamente.

“Eu me sinto um monstro usando um feitiço tão poderoso contra você...” – Ele acariciou os cabelos dela de forma lenta. – “É irônico, sabe... Você disse ter esperado por nós a vida toda... E agora, eu apaguei toda a felicidade que a descoberta te causou, com tanta facilidade...”. – ele abaixou-se e tocou os lábios com os dela, apenas de levinho de forma bem rápida. – “Estava me devendo, você sabe... Quer dizer... Talvez agora não saiba mais... Bem, de qualquer forma, agora a dívida está paga... Foi um prazer te conhecer, Em... Agora... Siga com sua vida trouxa e sem magia, certo?”.

Blaise desceu até a cozinha e encontrou Draco ali, escreveram um cartão, deixando-o junto da cesta e os bichinhos de pelúcia, fazendo com que parecesse um presente de melhoras dos vizinhos.

Saíram então da casa e esperaram até que a mãe de Emilly chegasse, quando a mesma chegou, eles usaram o mesmo feitiço nela, forçando-a a se esquecer de que haviam sido eles quem tinham levado Emilly para casa após o acidente da noite anterior.

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